O agravamento da crise nacional ao longo dos últimos meses respingou no mercado de trabalho em Blumenau. Dados divulgados sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o município fechou 1.881 vagas com carteira assinada em 2016.

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:: Leia mais informações de Pedro Machado

Foi o sexto pior desempenho entre as cidades catarinenses. É também o segundo ano consecutivo que o saldo de empregos (diferença entre contratações e demissões) fica no vermelho. Em 2015, por outro lado, o tombo havia sido bem maior: 5.308 postos de trabalho eliminados.

O resultado consolidado do ano é completamente inverso ao que se apresentava nos primeiros meses de 2016, quando Blumenau aparecia com destaque no topo do ranking estadual. O que parecia ser bonança no fim virou tempestade.

As 5 cidades, segundo o Caged, que mais criaram empregos em SC em 2016:

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– Araquari: +638

– Itapema: +634

– Gaspar: +397

– Xanxerê: +363

– Bombinhas: +337

…e as 5 que mais demitiram:

– Florianópolis: -4.654

– Jaraguá do Sul: -3.975

– Joinville: -2.863

– Itajaí: -2.743

– São José: -1.958

Indústria frágil, construção também

A indústria foi a que mais sofreu: perdeu 1.459 vagas em 2016. O empresário Ronaldo Baumgarten Jr., vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) no Vale, não se surpreende e diz que o resultado já era esperado. Ele lembra que a recessão forçou as empresas de todas as áreas a se adaptarem à nova realidade. Com demanda reprimida, fruto do desaquecimento do mercado, muitas enxugaram o quadro de funcionários.

– As empresas vão ter que buscar na criatividade e na capacidade de inovação e de gestão a redução de desperdícios para que 2017 seja melhor – avalia.

A construção civil também sentiu o baque. A paralisação nos investimentos em obras é um dos fatores que ajudam a explicar a queda da atividade. Em Blumenau, o segmento fechou 700 vagas no último ano. Com o comércio (-607) e o setor de serviços (-276) não foi diferente. A administração pública (+1.143) compensou. Outros setores, somados, tiveram saldo de 18 vagas.

Problema geral

O encolhimento do mercado de trabalho é geral. Outras grandes cidades catarinenses, como Florianópolis, Joinville e Jaraguá do Sul (as duas últimas com perfil econômico mais semelhante ao de Blumenau, com várias indústrias), também viram o saldo de geração de empregos ficar no vermelho.

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Até mesmo Santa Catarina, Estado que durante muito tempo foi um dos poucos a apresentar resultados positivos, encerrou 2016 com 32.260 empregos a menos. No Brasil, foram 1,32 milhão de postos de trabalho perdidos.