Dia desses, perguntado se temia perder espaço para uma empresa que começara a atuar no mesmo ramo, um empresário da região me disse estar mais satisfeito do que preocupado. Ele sabe que a presença de um novo concorrente no mercado beneficia o próprio negócio – é um estímulo para aumentar a eficiência, melhorar o produto, mudar a forma de atender o cliente. Grandes corporações respeitam e valorizam seus adversários porque precisam deles para continuarem no topo. E não raro unem esforços para discutirem o futuro das atividades. Afinal, colaborar é crescer junto.

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Em Blumenau há alguns casos de construção coletiva que acabam impactando nos negócios de vários segmentos da economia. A criação da rota da cerveja, por exemplo, beneficia não apenas as produtoras da bebida, mas estimula o turismo na região – o que é bom para hotéis, bares, restaurantes, taxistas… O movimento Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), que tem raízes blumenauenses, ilustra bem o que é a cultura colaborativa. Criado em 2005, conseguiu fazer com que empresários do setor, muitos deles concorrentes, trocassem experiências e informações estratégicas entre si com um objetivo em comum: fazer com que todos crescessem.

– Não sabíamos na época, mas estávamos na vanguarda de um movimento que transformou a maneira de ver os negócios, as pessoas e a vida: a colaboração. Mais de 10 anos depois, o colaborativo está por todo o lado e não só nos negócios. Aprendemos que colaborar não é ajudar. Ajudar é mão única, colaborar é construir em conjunto – destaca Amélia Malheiros, atual presidente do SCMC.

Empresas que não estiverem dispostas a mergulhar nessa tendência vão ficar para trás. Felizmente vem crescendo a percepção de que se fechar no próprio mundo e ignorar o que está ao seu redor é uma péssima estratégia de negócio – e um caminho sem volta para o fracasso.

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