O apuro técnico, a sensibilidade, a sofisticação e a consistência musical, cunhadas em três décadas de carreira, impressionam a todos que entram em contato com a obra de Vitor Ramil. Inversamente proporcional ao talento desse artista nascido em Pelotas, interior do Rio Grande do Sul, é a visibilidade na grande mídia, sempre deslumbrada com o sucesso comercial do momento. Nada mais natural, portanto, que no momento em que Vitor fizesse um apanhado de sua produção fosse buscar suporte em quem garantiu a existência até agora, o seu público.

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Foi No Mês Que Vem, que acaba de chegar às lojas, complementando a edição do songbook/biografia, foi produzido via crowfunding, termo modernoso para a antiga “vaquinha”. Provocados pelo artista, os fãs entraram com dinheiro para viabilizar o projeto em tempo recorde para iniciativas desse tipo e conquistaram, entre outros privilégios, o de baixar o repertório, gratuitamente via internet, em primeira-mão.

O álbum duplo mostra o autor solo ou ao lado de parceiros como Milton Nascimento (Não é Céu), Marcos Suzano (Grama Verde), Ney Matogrosso (Que Horas Não São), Fito Paez (Espaço) e Jorge Drexler (Foi No Mês Que Vem).

As 32 regravações representam o que há de melhor na chamada Estética do Frio, concebida por Vitor Ramil ao perceber a falta de conexão entre a música do seu Estado natal e a do restante do Brasil. Trilha sonora perfeita para acompanhar os encontros regados a bons vinhos, melhores amigos e as baixas temperaturas, que ainda estão por vir.

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