Se os funcionários fazem parte do ativo de uma empresa, um funcionário da Whirlpool, em especial, é considerado um patrimônio vivo da indústria de eletrodomésticos. Pedro Francisco de Almenau, de 63 anos, é hoje o funcionário mais antigo da unidade em Joinville. Neste ano, completa 45 anos de empresa.

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– Mais precisamente no dia 12 de setembro -, ressalta Pedro, que nunca esquecerá a data e garante que foi, sem dúvida, um momento marcante

Funcionário desde 1968, Pedro sente-se orgulhoso de ter trabalhado ao lado dos fundadores da fábrica, que na época ainda se chamava Consul.

– Trabalhei com o precursor, o Guilherme Holderegger, e também com a família Freitag -, destaca.

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Aos 18 anos, ele começou como auxiliar de produção, na linha de montagem, na antiga fábrica da Consul, que ficava na rua Araranguá, onde hoje funciona o Hospital Infantil. Passou por outras funções, como consertador, encarregado de produção e chefe de seção, até chegar, em 1983, ao cargo de inspetor de produção. Pela idade, há de se pensar que esta foi a primeira experiência profissional de Pedro, mas ele começou muito antes. Aos nove anos, já começou a arrumar bicicletas.

– Trabalhei até os 17 na antiga Casa das Bicicletas -, relata.

Hoje, Pedro é técnico de planejamento de materiais da Whirlpool, tarefa que lhe permite o contato com os diversos setores da fábrica, o que faz dele uma figura muito conhecida na empresa. Além disso, por ser o funcionário mais experiente, ele sempre participa do processo de integração de novos colaboradores.

Assim, Pedro acaba conhecendo cada um dos seis mil empregados da unidade em Joinville e é visto, por cada um deles, como uma espécie de conselheiro. Isso sem falar que é um excelente contador de histórias, afinal, acompanhou o crescimento da empresa e a evolução dos produtos de perto.

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Na linha de montagem

– Quando comecei, a fábrica tinha em torno de 360 funcionários. Ainda fabricávamos geladeiras a querosene. Depois, veio o modelo a gás, até chegar ao elétrico -, conta.

Fica difícil contar quantos eletrodomésticos ele já ajudou a fabricar. Em 1972, comemorou-se o primeiro milhão de produtos. Em 2010, a empresa ultrapassou a marca de 70 milhões. Atualmente, produzem em média 15 mil por dia.

Sobre os momentos marcantes ao longo da trajetória, Pedro ressalta episódios tristes e, ao mesmo tempo, gratificantes. Nas enchentes de 1983, 1993 e 1995, a empresa montou um grupo formado por 25 funcionários, para auxiliar as vítimas das enxurradas.

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– Em 1983, teve colaborador que teve a casa completamente destruída e perdeu tudo, mas trabalhamos em mutirão para ajudar essas famílias e a empresa doou o material -, diz.

Em 1993, ele recorda que a empresa forneceu mão de obra e peças para a população dos municípios de Rio Negrinho, Mafra, São Bento do Sul e Rio do Sul atingidos pela enchente. Sob o comando de Pedro, os funcionários trabalharam incansavelmente, e o resultado foi recompensador. Até hoje Pedro se emociona ao lembrar da gratidão no olhar das pessoas que pôde ajudar.