O skate mudou, Pedro Barros não. A entrada da modalidade nas olimpíadas a partir da edição de Tóquio, no ano que vem, deu visibilidade para a turma das rodinhas, transformou skatitsta em atleta. No entanto, o catarinense de Florianópolis vive à essência em meio à competição. Os valores do skate correm nas veias de Pedrinho e são levados por ele nas competições pelo planeta. Estarão com ele no Japão, inclusive, se tudo certo na corrida olímpica.

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Como está o skate no mundo desde a entrada no programa olímpico?

O skate sempre existiu mesmo sem Olimpíada. A gente tem milhares de pessoas ao redor do mundo que vivem do skate, tanto skatistas, como marcas, profissionais, eventos e etc. As Olimpíadas deram visibilidade um pouco maior, mas é importante afirmar que nós sempre existimos e sempre vamos existir. Com nossa cultura, nossa essência e nossa forma de ver o mundo. Eu gosto de dizer que ninguém precisa ganhar uma medalha de ouro olímpica para ser reconhecido e respeitado, a gente precisa ser visto pelo que fazemos no dia a dia. E nós já temos muitos ídolos no skate, muitos campeões mundiais brasileiros. Então, se essa visibilidade olímpica servir para eu inspirar mais pessoas e fazer o skate ser conhecido em todos os cantos do mundo, terá valido a pena.

Acredita que a inserção nas Olimpíadas fez com que deixassem de ver o skate como um hobby de desocupado, de bandido ou drogado, como chegava a ser taxado há anos e anos atrás?

Skate nunca foi isso e nunca será. São alguns dos inúmeros preconceitos praticados no nosso país. Aqui mesmo em Floripa tivemos a pista que foi reformada na Costeira e mudou os hábitos daquela região. O skate agrega, une e muda a vida de muita gente, inclusive a minha. Se um dia nosso país tiver as crianças com acesso a uma pista de skate e aos valores do skate, nós seremos um país melhor.

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Causou surpresa estar entre os indicados ao Prêmio Brasil Olímpico, afinal a modalidade até pouco tempo não era reconhecida?

O skate pode não ser muito conhecido pro mundo olímpico, mas ele é extremamente reconhecido nas ruas, por seus praticantes, pelos skatistas, pela comunidade e é uma das modalidades mais praticadas no mundo, além de ser extremamente democrático. Você vê gente de todos os tipos praticando e se envolvendo com o nosso universo. E isso é o mais importante, a gente estar acessível e ao alcance de todos. Acho que o maior legado que o skate pode ter é influenciar e inspirar cada vez mais crianças e pessoas com a nossa essência e filosofia de vida.

Pedro Barros:
Pedro Barros: “Maior legado do skate é influenciar e inspirar cada vez mais crianças e pessoas com a nossa essência e filosofia de vida” (Foto: Pablo Vaz, Divulgação)

Como descreve e avalia que foi seu ano?

Acho que foi um ano de adaptação. Um ano importante de construção para 2020. Tive alguns resultados legais e outros que poderiam ter sido melhores. Mas skate é assim mesmo, o nível aumentou demais nos últimos anos, tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Mas finalizo esse ano feliz pelos momentos que vivi junto com meus amigos e pelo crescimento pessoal.

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Além de você, teremos catarinenses em Tóquio no ano que vem?

Eu espero que não só eu. Espero que também estejam a Yndiara (Asp), a Isadora Pacheco (também de Santa Catarina) e quem mais estiver no corre pra ir.

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