Os moradores da rua Izabel Bernal de Souza, uma lateral sem saída no final da rua Dona Cesarina, no bairro Boehmerwald, na zona Sul de Joinville, estão intrigados com a aparição de pedras pintadas com as letras NGL em frente às casas.

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Há exatamente um mês, a dona de casa Benta Borges Azevedo encontrou a primeira pedra. Benta voltava do mercado à tarde e viu que ela estava diante do muro, perto do portão, cuidadosamente depositada para que as letras ficassem à vista.

Desde então, quase todos os dias, algum morador percebe que uma nova pedra aparece, sempre diante do muro ou do portão. A primeira suspeita e que colocou todos os moradores em alerta é de que se trata de uma indicação feita por bandidos para fazer arrombamentos.

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Líder comunitário e um dos moradores da rua, Alberto Oliare diz que o bairro todo tem sofrido com arrombamentos e furtos de equipamentos eletrônicos praticados sempre quando os moradores não estão em casa. Num intervalo de um mês, pelo menos seis residências foram “premiadas” com a aparição das pedras com as letras.

Quase todas as pedras são pequenas, cabem na mão, e estão pintadas com tinta azul. Em algumas, as letras parecem ter sido feitas com canetão com ponta de pincel, usadas no comércio e em escolas. Em outras, a pintura parece tere sido feita com pincel e tinta.

A suposta “quadrilha das pedras”, na visão dos moradores, estão usando os objetos para indicar as casas que permanecem vazias durante o dia ou a noite.

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– Pode ser. Mas eu acho que é coisa da gurizada mesmo. Aqui em casa colocaram uma pedra no gramado. Mas é uma casa em obras, não há nem o que levar – diz Vanclei Gesser, outro dos moradores “escolhidos”.

Ele não teve dúvidas. Pegou a pedra e jogou do outro lado da rua, num terreno baldio.

Dona Benta não teve a mesma reação. Ela disse que está tendo dificuldade para dormir à noite e teme um ataque, mesmo que a pedra já não esteja mais lá.

– A gente sabe que os bandidos estão por aí e são espertos. Tem um monte de roubo na região. Mas não dá para entender o que são essas letras – diz.

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Pelo sim, pelo não, um grupo de moradores resolveu alertar a comunidade pelas redes sociais. Em questão de dias, a foto da pedra e o alerta ganhou a atenção de milhares de internautas.

Porém, para as polícias Civil e Militar, não há qualquer registro de arrombamento ou furto com alguma relação com as misteriosas pedras e suas letras.

A Polícia Civil não tem qualquer investigação que envolva as três letras ou alguma quadrilha que identifica os imóveis antes de os arrombar. O delegado Luis Fuentes disse que não há qualquer informação ou investigação em andamento sobre o assunto.

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O comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Hélio César Puttkammer, também disse que os policiais que estão na rua não perceberam nem foram chamados para atender qualquer ocorrência envolvendo as pedras.