O excesso de carros nas ruas é o principal inimigo da mobilidade em grandes cidades. Para resolver esse quebra-cabeça urbano, diversas ações de compartilhamento de modais foram criadas e desenvolvidas nos últimos anos. Uma em especial começou a conquistar o Brasil recentemente: o uso coletivo de carros. A primeira experiência catarinense foi implantada ontem, no condomínio Pedra Branca, em Palhoça. A nova proposta de meio de transporte é uma parceria da administração do condomínio com a startup Podshare. Por enquanto, o serviço irá atender apenas trabalhadores do Instituto de Apoio à Inovação e Tecnologia do Continente (Inaitec), incubadora de empresas de tecnologia da Pedra Branca.
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Ao invés de um veículo por pessoa, lotando as avenidas das cidades, um carro para servir a vários habitantes. Esse é o principal lema do sistema de compartilhamento de carros. Foi vendo experiência em viagens que os estudantes e sócios da Podshare, Rodrigo Magri e Brenner Martins, começaram a pensar em um modelo que pudesse ser implantado em Santa Catarina.
– O modelo de compartilhamento francês é um dos mais conhecidos. Nele, você pode pegar o carro em um ponto e deixar em outro, como é possível fazer com bicicletas, por exemplo. Mas aqui temos uma limitação com relação a segurança pública, então tivemos que desenvolver um serviço próprio – explica Rodrigo Magri.
O projeto de compartilhamento de carros é o primeiro da Podshare, startup incubada há um ano no Inaitec, onde o sistema deve funcionar por enquanto. Com um veículo, ele será utilizado inicialmente apenas por pessoas que trabalham no edifício.
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– Temos 30 empresas de tecnologia incubadas no Inaitec e essa iniciativa do carro compartilhado faz parte de um projeto da Pedra Branca em desenvolver alternativas sustentáveis de transporte – conta Renato Ramos, Gerente de Negócios da Pedra Branca.
O compartilhamento de veículos começou a operar ontem na Pedra Branca. Para utilizar o serviço, o cliente deve assinar uma mensalidade e depois terá que pagar R$ 18 por hora de utilização do carro, um modelo Gol 1.0, ano 2014.
Compartilhamento já tem mais de 20 anos na Europa
O compartilhamento de veículos começou ainda nos anos 1980, na Europa. No entanto, apenas na década seguinte o modelo ganhou força e se profissionalizou, principalmente na Suíça e na Alemanha. Para a arquiteta da área de mobilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luisiana Paganelli Silva, que pesquisa o serviço de compartilhamento de carros, a forma como o brasileiro utiliza o veículo particular deve mudar para que esse tipo de iniciativa funcione:
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– O compartilhamento deixa claro a diferença entre uso e posse. O brasileiro ainda vê o carro como sinal de status social e isso precisa mudar. Além disso, outros modais e propostas devem ser implantados. Se isso não ocorrer, esse tipo de uso coletivo só vai fazer a pessoa que não tinha acesso a carro passar a ter. Ou seja, mais veículos nas ruas – observa a arquiteta.
Como funciona o compartilhamento
Passo 1: O usuário precisar acessar o site da Podshare e fazer um credenciamento para receber um cartão. Site: www.podshare.com.br
Passo 2: Uma mensalidade* de R$ 80 será cobrada para cada participante. Além disso, é preciso pagar uma taxa extra por hora de utilização do carro.
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Passo 3: Com o cartão, o usuário pode agendar a hora que pretende utilizar o carro. Para cada hora utilizada, uma taxa de R$18 será cobrada. Esse valor inclui a gasolina e o seguro do veículo.
Passo 4: O cartão magnético permite que o usuário abra a porta do veículo. As chaves estão na ignição.
Passo 5: Após o uso, o carro deve ser deixado no mesmo local onde foi retirado, em frente ao edifício Inaitec, na avenida das Águias, 231, Pedra Branca, Palhoça.
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* Por enquanto, o Podshare não está cobrando mensalidade dos usuários do Inaitec