A declaração do governador Carlos Moisés nas redes sociais em que revela estar à procura de artistas voluntários para a inauguração da ponte Hercílio Luz, prevista para 30 de dezembro em Florianópolis, gerou reações da classe artística catarinense nesta sexta-feira (18).
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No post, publicado nesta quinta-feira (17), Moisés disse que procurava “gente boa pra solenidade de abertura ao trânsito da ponte Hercílio Luz”, e completou: “Artistas voluntários (sem ônus para o Estado), mas eternizados na história de Santa Catarina e do Brasil”.

Para o presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Florianópolis, o produtor cultural Márcio Fontoura, a fala de Carlos Moisés foi infeliz e causou surpresa.
Em entrevista na noite desta sexta, ele disse que o conselho deve enviar um ofício ao governador pedindo que ele reveja a posição. Ele também afirmou que a fala diminui o valor dos artistas do Estado.
— É imenso o erro de diagnóstico do atual governador sobre o custo/benefício do artista e da arte em relação ao custo da obra e prejuízo já envolvido na restauração. O Estado deve pagar os artistas, e pagar bem. O impacto nas contas públicas, se pensarmos no todo do montante envolvido (na obra), é mínimo — declarou Márcio Fontoura.
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Pelas redes sociais, o compositor, guitarrista e violonista Leandro Fortes, de Florianópolis, citou as décadas de reforma da ponte Hercílio Luz e criticou o fato de o governo buscar economizar com “um mísero cachê”, classificando a atitude como “revoltante”.
— Essa postagem é uma grande representação do descaso e desvalorização da classe artística por parte da maior autoridade do Estado — escreveu o músico.
O governador Carlos Moisés ainda não comentou as reações da classe artística depois da postagem de quinta-feira (17). Já assessoria de comunicação do governo alegou que a fala foi dirigida a artistas amadores e não a profissionais, e que está sendo mal interpretada.
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