“Pedido de desculpa foi bastante protocolar”, diz Dilma sobre comunicado do Santander

A presidente Dilma Rousseff se manifestou nesta segunda-feira sobre o episódio em que o Santander enviou um comunicado a seus clientes da categoria “Select” – com renda mensal superior a R$ 10 mil – no qual sugeria que a reeleição da petista levaria a uma piora da economia.

– Esse pedido de desculpa foi bastante protocolar – disse Dilma, que ainda pretende conversar com o banco a respeito.

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A presidente também afirmou que acha “muito perigoso” especular em situações eleitorais e que é “inadmissível” qualquer interferência nesse sentido. Perguntada pelos entrevistadores se o Santander havia feito essa interferência, Dilma respondeu:

– A pessoa que escreveu a mensagem fez isso, sim, e é lamentável e inadmissível.

Mesmo questionada, ela não disse se pretendia processar o banco pelo episódio e afirmou que ainda não conversou com ninguém da instituição sobre o assunto.

Crise econômica

A presidente disse que nenhum país se recuperou economicamente da crise. Dilma lembrou que diziam que a recuperação seria liderada pelos desenvolvidos. No entanto, a recuperação tem sido modesta, com taxas de crescimento se desacelerando.

– O FMI pretende revisar quase todas as taxas de crescimento para baixo – comentou.

Ainda de acordo com a presidente, o Brasil enfrentou a crise nesse período sem cair na pior situação e lembrou que os países emergentes tiveram uma redução bastante grande da taxa de crescimento.

– Crescemos 2,5% em 2013. Dos países do G-20, estamos entre os seis ou sete que mais cresceram. O Brasil enfrentou a crise, e sem cair naquela que é a pior situação em todos os países – afirmou.

Ela lembrou que o Brasil gerou 11,5 milhões de postos de trabalho entre 2003 e 2014, sendo 5 milhões no seu governo.

Dilma participa nesta segunda-feira de sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan. A entrevista ocorre no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília. Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) já foram sabatinados nas semanas passadas.