Uma criança começa a tossir e alguém diz que deve ser tosse alérgica. Essa cena é recorrente, porém esse termo é usado de forma incorreta, o que é motivo de preocupação para Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
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Não existe a chamada “tosse alérgica”. De acordo com o pneumologista pediátrico, Paulo José Cauduro Marostica, muitos pais oferecem antialérgicos e anti-histamínicos para crianças asmáticas pensando estar tratando a tosse, erroneamente.
– Crianças alérgicas frequentemente apresentam asma e a doença pode se manifestar apenas com tosse. Com isso, as pessoas fizeram a associação de que o antialérgico trataria o problema, o que está muito errado. Esse uso não tem comprovação científica. Ocorre exatamente o contrário, o remédio não faz efeito e ainda deixa a criança sonolenta, com aumento de apetite e de peso- explica.
Segundo o pediatra Wilson Rocha Filho, é comum que as crianças tenham até dez viroses por ano.
– A chamada tosse alérgica não tem respaldo da literatura. Existe o medicamento específico para asma, que deve ser dado para as crianças asmáticas. Estamos numa época do ano que é normal que o pequeno tenha uma ou duas viroses num mesmo mês. Crianças até cinco anos apresentam, em média, cinco viroses por ano- esclarece.
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O pediatra lembra que a tosse é um mecanismo de defesa do corpo. Porém, alguns sintomas devem ser observados para que o tratamento mais adequado seja seguido. Quando a tosse dura mais de 15 dias, ou se a criança apresentar quadro de febre por mais de sete dias e catarro por 15, deve ser investigado por um médico pediatra. É sinal de que algo está fora do normal.