Esperada há anos, a ampliação da ponte Maria Grubba, que liga o bairro Czerniewicz e o Centro de Jaraguá do Sul, já mostra problemas. Concluída há uma semana, a criação de uma terceira faixa para carros sacrificou 40 cm de cada lado da ponte – espaço antes reservado a pedestres e ciclistas. Agora, os congestionamentos passaram a murada de contenção, atingindo pessoas que desejam atravessar pelo local.

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Para quem está a pé, a solução é apertar-se contra a murada ou espremer-se nos vãos da estrutura de metal, instalada para separar a via dos pedestres da dos carros. Outros, porém, não têm essa chance. Luiz Alberto Chicatto, 15 anos, mora na região da ponte e precisa atravessá-la ao menos uma vez por semana – logo a frequência se tornará diária, já que o jovem estudará na Escola Abdon Batista, no Centro.

Cadeirante, ele e a família notaram o problema assim que a obra foi feita: no estreito espaço que sobrou para pedestres cabe apenas a cadeira de rodas. Se uma pessoa vem na direção contrária, o caminho fica impedido. Com as bicicletas, a situação é pior: para não fazer a volta, ciclistas precisam erguer as bikes, prensando-se contra a murada para poder passar. Para a mãe de Luiz, Adriana Siqueira, que costuma acompanhar o filho, a situação tende a ficar pior.

– Agora está calmo, mas quando as aulas começarem? – questiona.

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O desconforto não atinge apenas cadeirantes. Talita Stelzner, moradora do Czerniewicz, passa quase diariamente com o filho de seis meses, transportado em um carrinho de bebê. A situação é a mesma: pedestres e ciclistas precisam de manobras para poder transpor o carrinho. Ela aponta outro problema: parafusos de metal estão expostos na base da contenção, trazendo riscos de acidentes. Os comentários encontram eco entre outros moradores da região.

Apesar de a obra ter auxiliado a reduzir os congestionamentos que ocorriam com frequência nas proximidades da ponte, a ampliação é uma indicação das políticas públicas voltadas ao trânsito, que valorizam os veículos em detrimento de pedestres e ciclistas.

– Eles falam em mobilidade urbana, mas como se usa uma bicicleta assim? – questiona Talita.

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O diretor de trânsito da Prefeitura, Rogério Luiz Kumlehn, afirma que está ciente da situação. Ele informa que placas serão instaladas para sinalizar que pedestres e ciclistas respeitem o sentido da via, acompanhando os carros. As faixas de segurança, apagadas com a reforma, devem ser instaladas até a semana que vem.

Quanto aos parafusos, Rogério explica que a empresa contratada para realizar a obra voltará para finalizar o serviço de acabamento.

Procurada pela reportagem, a PM informou que questões técnicas e de segurança são de responsabilidade da Secretaria de Trânsito da Prefeitura.

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