A rua Dorothovio do Nascimento, principal via de acesso aos bairros Jardim Paraíso e Vila Cubatão, tem a largura da pista como o principal problema apontado pelos moradores. Na avaliação deles, a rua é muito estreita e não dá segurança para ciclistas e pedestres trafegarem ao longo dos cinco quilômetros de extensão da via. Com início na esquina com a Estrada da Ilha e término nas proximidades do Aeroporto de Joinville, a Dorothovio do Nascimento é tema da 11ª reportagem da série Teste AN nas Ruas.
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A Dorothovio é uma rua com comércios, indústrias, residências, uma escola municipal e um cemitério. Ela passa pelo bairro Jardim Sofia e pelo Distrito Industrial. O início e o fim são asfaltados, em um total de aproximadamente 2,6 quilômetros. No restante da rua, há um trecho de 900 metros de lajotas e 1,5 quilômetro de paralelepípedos. Também há uma ponte que passa sobre o rio do Braço, próximo ao Kartódromo de Joinville.
Um dos problemas encontrados na rua é que, em toda a sua extensão, há apenas um pequeno trecho, próximo à esquina com a Raimundo Welter, em que existe sinalização horizontal. Em sua grande maioria, não há faixas de pedestres e nem sinalização pintada no asfalto. Também foi apontada pelos moradores a falta de asfaltamento, de drenagem, de ciclofaixas e de calçadas.
Segundo a Prefeitura, o Departamento de Trânsito (Detrans) está realizando ações de revitalização da sinalização horizontal em todos os bairros e haverá ações de melhorias na Dorothovio do Nascimento no decorrer de 2018. O município também informou que não há previsão para asfaltamento do restante da rua e nem de construção de calçadas.
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Problemas na rua geram insegurança para usuários
O operador de máquinas José da Costa, 52 anos, mora próximo ao aeroporto e passa pela rua Dorothovio do Nascimento todos os dias de bicicleta para ir trabalhar na Estrada da Ilha. O trecho é percorrido em menos de meia hora na ida, de madrugada, e na volta, no início da tarde. No entanto, apesar de ser uma viagem rápida, o ciclista tem medo de sofrer algum acidente no caminho entre a casa e o trabalho.
– É muito ruim porque não tem acostamento e a gente tem que andar do lado, com os carros buzinando atrás. Não tem o que fazer, não tem outro lugar para andar – explica.
Segundo José, o movimento cresceu desde o início das obras na avenida Santos Dumont, que forçou os motoristas a passarem pela Dorothovio para voltar à região central. O operador diz que a via é muito perigosa e já presenciou acidentes envolvendo ciclistas que trafegavam pelo canto da pista. Para ele, a solução seria fazer uma ciclovia. A Prefeitura afirma que há projeções de expansão da malha cicloviária na cidade, mas não existe previsão para implantação de ciclovias na rua.
Além de ser estreita e prejudicar a vida de ciclistas e pedestres, a rua também tem problemas em uma curva que passa às margens do rio do Braço. Segundo o aposentado Nelson Magalhães, 80 anos, que mora em frente à curva, cerca de dez carros já caíram na água nesse trecho. Ele conta que os carros e as motos passam muito rápido pela curva e acabam sofrendo acidentes.
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– É perigoso porque o rio enche muito e desbarranca. Precisa colocar pedra para o asfalto não cair para dentro do rio – defende.
De acordo com a Prefeitura, técnicos estão avaliando a situação para definir qual é a melhor forma de conter a erosão e resolver o problema, mas ainda não há um prazo para a realização das melhorias. Sobre o problema da largura da rua, o município afirma que não há previsão para obras de revitalização da via neste momento.
Drenagem também é ineficiente
Outro problema indicado pelos moradores é a falta de bocas de lobo e drenagem na rua Dorothovio do Nascimento. O lavrador Fabio Pollnow, 37 anos, mora com a esposa Samara, 29 anos, no início da rua, próximo da Estrada da Ilha. Eles contam que não há bueiros em quase toda a extensão da via, causando problemas quando chove demais na região.
– Já aconteceram muitos acidentes aqui. O último faz uns 20 dias, quando um carro aquaplanou na pista e foi parar dentro do meu pasto. Isso é perigoso porque passam muitas crianças por aqui que vão para a escola – conta Fábio.
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Evanir Farias Paulo, 46 anos, é atendente em uma lanchonete e também vê problemas com a drenagem. Segundo ela, a água acumula dos lados da rua por causa do número reduzido de bocas de lobo.
– Em dia que chove e enche, os carros, as motos e as pessoas precisam passar todos no meio da rua – explica.
De acordo com a Prefeitura, a via foi pavimentada no final da década de 1990. Como era uma área rural, praticamente não havia moradia na região e a drenagem não foi feita. O município afirma que a rua foi transformada em uma área urbana na sequência, com a comercialização de terrenos e o agravamento dos problemas.
Segundo a Secretaria de Comunicação, a Subprefeitura Nordeste está procurando resolver o problema e já foram colocadas bocas de lobo em alguns pontos. Também foram feitos acordos com proprietários para permitir a implantação de um local para descargas das águas pluviais.
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