A tarifa de pedágio no trecho Norte da BR-101 em SC sofre o terceiro aumento em menos de um ano. No sábado (10), a cobrança sobre carros passará de R$ 3,90 para R$ 4,10. Para motos, o valor salta de R$ 1,95 para R$ 2,05. O reajuste será aplicado nas quatro praças de pedágio em SC, em Palhoça, Porto Belo, Araquari e Garuva, e também nas cabines de São José dos Pinhais, no Paraná.

Continua depois da publicidade

Pedágio no trecho Norte da BR-101 em SC vai ficar mais caro

Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

Esse é o terceiro reajuste deste trecho da rodovia desde agosto de 2020. Por duas vezes, as altas ocorreram como reposições da inflação do período. Já o terceiro reajuste no pedágio da BR-101, que entrou em vigor em dezembro, foi definido após uma revisão do contrato de concessão da rodovia.

Em um ano, após reajustes, o valor cobrado para carros passou de R$ 2,70 para R$ 4,10 – variação de 52%. Antes das três altas recentes, a tarifa havia sido corrigida pela última vez em fevereiro de 2018.

Continua depois da publicidade

Revisão do contrato envolve obra e foi questionada por TCU

O maior reajuste nesse período, que levou a tarifa para R$ 3,90, ocorreu após uma revisão do contrato causada por mudanças na obra do Contorno Viário da Grande Florianópolis. O traçado da via que pretende tirar o grande fluxo da rodovia da região da Capital precisou ser refeito. Segundo a concessionária que administra a BR-101, o custo da obra ficou R$ 923 milhões mais caro.

Esse aumento no orçamento da obra levou a um pedido de revisão da tarifa por parte da concessionária, que pretendia elevar o valor cobrado à época em 44,4%, passando de R$ 2,70, para R$ 3,90, no caso da cobrança para carros. A alta considerava inflação e mais os gastos extras do Contorno Viário. O reajuste, no entanto, foi barrado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por “suspeitas de irregularidades” no aditivo do contrato.

Com isso, foi autorizado apenas um reajuste de 11,1%, que levou a tarifa para R$ 3,00 e considerou a inflação e também outros custos não relacionados ao contorno, segundo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Em dezembro, empresa e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) conseguiram reverter parcialmente a cautelar do TCU que barrou o aumento, e a tarifa da BR-101 foi novamente elevada, para o valor pleiteado inicialmente, de R$ 3,90.

Técnicos do TCU defendem aumento do pedágio na BR-101 após conclusão de trecho do Contorno Viário

TCU barrou reajuste em agosto e apura contas da obra

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do TCU informou que o assunto é alvo de um processo no órgãos em que já houve duas decisões. A primeira, de agosto, determinou à ANTT que não assinasse o termo aditivo ao contrato de concessão da rodovia, não autorizasse aumento da tarifa e pediu manifestação sobre o suposto sobrepreço de R$ 203 milhões apontado à época pelo tribunal em obras do Contorno Viário. Em novembro, nova decisão renovou a orientação à ANTT para não assinar o termo aditivo ao contrato com a concessionária, sem que fossem adotadas medidas apontadas pelo órgão e retirou a proibição à concessão de reajustes, o que permitiu a elevação da tarifa para R$ 3,90 em dezembro.

Continua depois da publicidade

Ainda segundo o TCU, ainda nao foi autuado processo de monitoramento para avaliar o cumprimento das determinações da última dcisão do órgão.

A Arteris Litoral Sul enviou nota à reportagem informando que a decisão de novembro do TCU “não manteve objeção à assinatura do termo aditivo”. Dessa forma, segundo a empresa, “o reequilíbrio do contrato incluindo o trecho sul do Contorno foi aprovado pela ANTT, possibilitando a execução das obras”.

TCU e Arteris explicam a polêmica do custo do contorno no pedágio da BR-101

Empresa alega que reajuste causou avanço ao Contorno Viário

A assessoria da concessionária Arteris Litoral Sul, que administra a rodovia, afirma que o contrato de concessão prevê reajustes ordinários, com data-base em 22 de de fevereiro, mas que podem ser autorizados pela ANTT após esse período.

Esses aumentos costumam ser compostos principalmente pela variação da inflação nos 12 meses anteriores, com base no IPCA, mas também podem incluir itens de revisão técnica do contrato, como gastos com desapropriações, variação no fluxo de tráfego da rodovia e outros.

Continua depois da publicidade

No último ano, ainda segundo a empresa, o aumento extra ocorreu somente pela revisão do contrato em função das mudanças na obra do Contorno Viário da Grande Florianópolis. A concessionária admite o impacto disso sobre a tarifa, mas defende que o valor adicional teve reflexo também no avanço da obra. Segundo a Arteris, os trabalhos se estenderam para os 50 quilômetros do novo traçado e também aos túneis duplos previstos no projeto. No fim de junho, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, visitou a obra do Trecho Sul e definiu o contorno como “a maior obra rodoviária em andamento no Brasil”. O investimento total estimado pela empresa na obra é de R$ 3,7 bilhões e a nova previsão de conclusão é dezembro de 2023.

Leia também

Quem eram as duas vítimas do acidente com ônibus de time de futsal na BR-376

“Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, diz Bolsonaro em nova ameaça

Baleia presa em rede de pesca é encontrada morta em praia de Florianópolis; assista