A cobrança na praça de pedágio de Porto Belo, na BR-101, começa só à meia-noite e um minuto de segunda para terça-feira, mas o movimento na Estrada Geral de Santa Luzia, em Porto Belo, único acesso para evitar o pedágio, já começou a aumentar na última semana.
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Para chegar à Estrada Geral de Santa Luzia, na direção Blumenau-Florianópolis, a entrada obrigatória é o viaduto de Porto Belo, no km 157 da BR-101, cerca de dois quilômetros antes da praça de pedágio da Autopista Litoral Sul. Dali em diante, o trajeto é de cerca de 11 quilômetros, até o veículo retornar à rodovia federal.
Ao entrar na SC-412, em direção ao Centro de Porto Belo, o motorista deve acessar a primeira rótula, onde começa o acesso alternativo. O asfalto é comodidade apenas no primeiro quilômetro da Estrada Geral de Santa Luzia. No restante da via, os buracos e a poeira acompanham o motorista ao longo do Bairro Alto Perequê.
A BR-101 fica quase sempre à vista e entra novamente na rota de tráfego a partir da segunda rua à direita. A via estreita e sem identificação tem saída no km 160 da rodovia sentido Sul-Norte. Para seguir viagem no sentido contrário, rumo a Florianópolis, basta fazer o retorno, distante cerca de 500 metros.
A dona de casa Glória Furtado Souza mora há 44 anos na Estrada Geral. A partir de terça-feira, com o início do pedágio e a estrada servindo como rota alternativa, dona Glória prevê algumas preocupações.
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– Os motoristas já estão vindo, reconhecendo a estrada, principalmente os caminhões. Eles andam rápido, mas aqui não tem asfalto, não tem lombada, nenhuma sinalização. Vai ficar bem perigoso -alerta.
Pavimento pode ceder com peso de caminhões
A diferença de 8 quilômetros de distância entre o tráfego pela BR-101 e a Estrada Geral de Santa Luzia não é problema para Douglas Krieger, 29 anos. O motorista de caminhão diz que passa pelo pedágio até quatro vezes por dia, entre Tijucas e Itapema, algumas vezes por semana. Optar pelo caminho mais curto representaria para ele R$ 3,60 por passagem, ou até R$ 14,40 por dia, por causa do porte do veículo.
– Acho que os caminhões vão usar mais a estradinha. Eu até já tenho passado. Para quem mora aqui e trabalha do outro lado, o pedágio vai pesar muito no bolso – reclamou.
A prefeitura de Porto Belo antevê os problemas que podem surgir se muitos veículos pesados optarem pelo acesso alternativo. O solo sem pavimento nem os pontilhões na Estrada Geral de Santa Luzia são preparados para tal intensidade no tráfego, atesta o secretário do Planejamento, Johnson Zunino.
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– Teremos de rever tudo, toda a infra-estrutura que será afetada em função do pedágio. Isto porque nos preocupamos com o trânsito desde o acesso à cidade, após o viaduto da BR-101 – explicou Zunino.
A prefeitura conseguiu a aprovação do Governo do Estado para a liberação de R$ 2 milhões, esperados para o asfaltamento do acesso alternativo ainda este ano, até as imediações do km 160 da BR-101. Mas ainda não há previsão para o início da obra.