A peça ‘Um Deus Dormiu lá em Casa’ entra nesta sexta em cartaz na Capital. No final da década de 1940, ela alçou os protagonistas, Tônia Carrero e Paulo Autran, ao estrelato.

Continua depois da publicidade

Leia aqui a primeira parte da reportagem

Confira abaixo a entrevista com Sulanger Bavaresco, diretora do grupo Dromedário e o ator Chico De Nez

“São temas que não envelhecem”

Continua depois da publicidade

Esta é a terceira peça que vocês fazem em parceria com o Grupo Armação?

Sulanger Bavaresco – Isso. Fizemos o Jardim das Delícias e Sonho de Uma Noite de Velório, os dois espetáculos foram apresentados em 2005 e em 2008.

Por que vocês escolheram o texto do Guilherme Figueiredo?

Bavaresco – É uma peça muito bem escrita. Se passa na cidade de Atenas, com figuras da mitologia grega no elenco e ela é atual apesar de ter sido escrita na década de 1930, e ter características dessa época, como as falas intensas dos personagens. O enredo trata da relação de casal, de ciúme, são temas que não envelhecem. Além disso, ano passado tivemos perdas no ramo do teatro. O teatrólogo Isnard Azevedo e Sylvio Mantovani nos deixaram e achamos que seria muito deprimente fazer um drama, por isso preferimos uma comédia.

Como é a experiência de se apresentar num teatro com pouco mais de 30 lugares?

Bavaresco – Nós adaptamos o cenário, perdemos algumas cadeiras na plateia com isso e ficamos com 36 lugares disponíveis. A experiência é muito interessante porque cada espectador sente que recebeu atenção dos atores. As pessoas ficam depois do fim da peça para conversar, a interação é muito grande.

Continua depois da publicidade

“Queremos mostrar nosso trabalho aqui”

Desde quando você faz parte do Grupo Armação?

Chico De Nez – Ah, desde 1975. Puxa, faz tempo… (risos) Entrei como contrarregra e, em 1979, passei a ator.

E o que você achou da montagem da peça E Um Deus Dormiu Lá em Casa?

De Nez – Ficou muito bem produzida. O espaço do teatro é pequeno, mas a gente incorporou o cenário a ele. Ficou uma produção bem redonda, bonita, cômica e muito gostosa de ver. A gente já vinha namorando esse texto do Guilherme há algum tempo, passamos mais de um ano trabalhando e ensaiando para chegar a esse resultado. Os atores têm muita cumplicidade e isso fica evidente no palco, é uma coisa que passa para a plateia e cria uma dinâmica muito legal.

E qual o seu papel na peça?

De Nez – Eu interpreto o Sósia, empregado do General Anfitrião. Nossos personagens ficam se perguntando se suas esposas os trairiam se tivessem a chance, as cenas são muito divertidas. Muita gente que assiste ao espetáculo comenta que a gente devia levá-lo ao Rio e a São Paulo, porque temos condições de competir nos grandes polos, mas a gente quer mostrar nosso trabalho aqui em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade