A executiva do PDT votou e confirmou a decisão que tinha sido indicada por sua comissão de ética: expulsou o deputado estadual Amauri Soares do partido no último sábado. Soares é o único eleito pela legenda na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e criticou a decisão, chamando-a de “agressão política, covarde e traiçoeira.”

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– Dá um misto de indignação e de alívio também. Ultimamente não tem sido um motivo de orgulho pertencer ao PDT, estar próximo deles (dos dirigentes do partido) – disse Soares sobre o sentimento após a decisão.

Agora o deputado terá 15 dias, contando este domingo, para entrar com um recurso e fazer sua defesa perante a direção nacional do partido. Apesar da possibilidade, o parlamentar já deu demonstrações de que não pretende lutar para permanecer no PDT.

– Meus advogados estão avaliando se vale a pena recorrer apenas do ponto de vista jurídico. Porque, do ponto de vista político, está claro que a direção estadual é cópia cuspida e escarrada da direção nacional. A direção estadual de Santa Catarina é uma intervenção de 10 anos – disse.

Soares tem conversas adiantadas pra se filiar ao PSOL, o que tem que fazer até o dia 5 de outubro para garantir que consiga disputar as eleições do ano que vem.

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– Já esperávamos esse tipo de ataque. Mas, na verdade, foi tudo feito democraticamente, com amplo direito de defesa – alega o presidente em exercício do PDT estadual, Luis Viegas.

O dirigente partidário disse que pesaram para a expulsão as acusações de infidelidade partidária por Soares não ter votado, em 2012, no candidato a prefeito apoiado pelo PDT em São José, Djalma Berger (PMDB). E também ter declarado que não votou no candidato a vereador do PDT no município. São José é o domicílio eleitoral do deputado.

– Também não adianta ter um deputado se ele não está junto da vida do partido – disse Viegas quando perguntado se o partido não perderia expressão política ao expulsar seu único parlamentar eleito no Legislativo do Estado.