Especialistas em Criminologia e Direito Penal ouvidos pelo DC afirmam que o Estado precisa ter políticas públicas efetivas e criar uma estrutura forte para desmantelar as facções criminosas, e não conviver com isso, jogando o assunto para debaixo do tapete ou mesmo passando a impressão de desestímulo aos próprios policiais e agentes.

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– Ao identificar o problema, que o PCC existe em Santa Catarina, a inteligência mostra que está funcionando. Mas agora é preciso criar políticas públicas, não ficar apenas no diagnóstico, e sim fazer algo efetivo – diz o advogado e membro da Comissão de Segurança, Criminalidade e Violência Pública da OAB-SC Sandro Sell.

Ele enumera algumas ações, como a construção de unidades prisionais menores – capazes de não misturar presos faccionados ou não – e uma política clara de inteligência entre as polícias para que atuem em conjunto e dialoguem.

Para o professor universitário Alceu de Oliveira Pinto Júnior, há um bom trabalho em andamento, com resultados, que deve ser fortalecido.

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Alceu Pinto de Oliveira Júnior

– Não pode haver cooptação de presos no sistema prisional. O problema não é nem PCC ou PGC, mas outro grupo de dissidentes que se criou e vem agindo com opressão – alerta.

Especialista em segurança, o coronel aposentado do Exército Eugênio Moretzsohn chama a atenção para a importância do Estado em atacar a corrupção e não deixar brechas às organizações criminosas como, por exemplo, a entrada de aparelhos celulares nas prisões.

Eugênio Moretzsohn.

– Tem que se posicionar, encarar o problema. O que não pode é as pessoas viverem com sombras de ameaças de atentados e outros crimes – ressalta.

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