No ano da graça de 1516, em Lisboa, à beira do rio Tejo, nascia Dom Manuel Fernando de Bulhões e Culhones. O personagem do imaginário português antigo é resgatado pelo comediante Paulo Silvino na peça As Aventuras de Papaceta, espetáculo que ele apresenta sexta e sábado no Teatro Juarez Machado, em Joinville.
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No palco, ele chega interpretando Fidalgo II, um pirata que aporta em Paranaguá no século 17, quando o ciclo do ouro no Brasil estava no auge. Com preguiça de entrar no País e buscá-lo por conta própria, decide permanecer em uma ilha e atirar nos navios que levavam os carregamentos para a Europa. Enquanto espera, conta uma história para acalmar a tripulação: trata-se do livro As Aventuras de Papaceta, e é quando Paulo Silvino transforma-se no próprio Dom Manuel e volta mais cem anos no tempo.
– O autor desta obra queria falar sobre a influência do português na criação da população mundial, que foi muito forte. O Papaceta é o símbolo desta miscigenação criada pelo português navegante – explica o ator, que escreveu e produziu a peça a partir de um poema proibido pela Inquisição na época de sua criação.
Paulo Silvino deixa claro: não é aceitável levar menores de 18 anos para assistir As Aventuras de Papaceta. Cheia de palavrões e histórias de sexo, a peça é também um manifesto pela liberdade de criação.
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– Eu sou filho da censura, que fez com que até as besteiras, como os palavrões, fossem proibidas. Hoje pode falar tudo, mas a linguagem popular não pode. É uma hipocrisia do cacete – avalia.
AGENDE-SE
O QUÊ: As Aventuras de Papaceta.
QUANDO: sexta, às 21 horas, e sábado, às 19 horas.
ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen (avenida José Vieira, 315, América).
QUANTO: R$ 60, com 50% de desconto para idosos, estudantes e assinantes do Clube do Assinante RBS.