Quadrados, barras e retângulos separam cores e tons nas pinturas de Paulo Pasta. Daí a luz ser fundamental para a apreciação e o motivo que explica a admiração do artista na montagem de sua mostra individual na Fundação Iberê Camargo (FIC):

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– É um museu feito para o pintor, que valoriza e acolhe a pintura. Nunca tive minha pintura vista em uma luz tão favorável.

Expoente da chamada Geração 80, artista reconhecido no circuito contemporâneo e professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Pasta apresenta um recorte recente de sua produção em A Pintura É que É Isto, que será aberta nesta quinta-feira e recebe o público a partir de sexta-feira.

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No quarto andar da FIC, o curador Tadeu Chiarelli reuniu 25 obras produzidas nos últimos três anos pelo artista nascido em Ariranha (SP), em 1959. As telas de grandes e pequenas dimensões (2,4m x 3m a 50cm x 60cm) contrastam cores e tonalidades, com formas geométricas em equilíbrio que não indeterminam espaços e planos.

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A atual fase da pintura de Pasta é decorrência de um percurso de 30 anos. Na década de 1980, quando a pintura era retomada depois de boa parte da arte contemporânea decretar seu fim, ele começou a pintar paisagens e naturezas-mortas inspirado por Monet, Van Gogh, Cézanne e Morandi. Influenciado por Matisse e Jasper Johns, continuou experimentando com tinta a óleo em trabalhos de aspecto arquitetônico, marcados pela presença de colunas, piões e outras figuras. É justamente a inspiração em imagens desse tipo que nega o aspecto abstrato que suas telas possam sugerir.

– O que constrói as estruturas e os planos na minha pintura é a cor. Minha luta sempre foi sobre encontrar o que pintar. Tenho que ter coisas para pintar justamente para não pintar as coisas. Uma vez tendo o que pintar, a cor é fácil para mim. É com o que se pinta e como se pinta que se alcança a dimensão poética – diz.

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A partir dos anos 1990, com as formas de cruzes, traves e vigas, introduz embates de cores em estruturas mais simples, algo que o aproxima das famosas bandeirinhas de Volpi. O resultado, no caso de Pasta, é uma pintura fluida e ágil, que se concretiza “mais pela construção formal e menos pela figuração”, como ele afirma no livro que lançou no ano passado, A Educação Pela Pintura (Martins Fontes).

– Estou sempre pintando esquemas, remetendo a algo ou a algum lugar. Há uma relação com a arquitetura. E a criação dos planos faz com que as cores fiquem mais eloquentes. Quando penso na cor, penso na forma – diz Pasta.

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A Pintura É que É Isto

> Abertura quinta-feira, para convidados

> Visitação de sexta-feira até 18 de agosto, de terça a domingo, das 12h às 19h, e quinta, das 12h às 21h. De graça

> Preste atenção: nas cores, tons e formas geométricas nas telas de Paulo Pasta