O educador Paulo Freire completaria 100 anos neste domingo (19). O trabalho do autor vê na educação um mecanismo de transformação social e suas teorias seguem sendo base para o ensino em escolas e universidades ao redor do país. Tido como “Patrono da Educação Brasileira” desde 2013, as ideias do educador são reconhecidas mundialmente.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

Freire recebeu títulos em 41 instituições de ensino ao redor do planeta, como nas universidades inglesas de Cambridge e Oxford e na americana Harvard. O trabalho do autor vê na educação um mecanismo de transformação social e suas teorias seguem sendo base para o ensino em escolas e universidades ao redor do país. Em sua obra mais famosa, “Pedagogia do Oprimido”, Freire defende o papel da educação no processo de conscientização e formação de senso crítico na população.

Compreensão da realidade dos alunos

O trabalho de Freire defendia a compreensão da realidade dos alunos para que diálogos mais empáticos pudessem ocorrer em sala de aula. Em sua “pedagogia do afeto”, Freire colocava o estudante em um papel ativo, onde poderia contribuir com o desenvolvimento de todos, ao passo que também aprenderia mais sobre si mesmo.

— Ele dizia que o professor deveria ser sensível à história de vida dos alunos, resgatando seus sofrimentos, mazelas e cicatrizes. A partir dessa vivência, o conhecimento seria construído — explica Kleber Silva, professor da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista ao portal G1.

Continua depois da publicidade

> Pandemia escancara desigualdades educacionais, desafia professores e muda a rotina das famílias

A visão mais participativa dos alunos contribuiu também para o desenvolvimento do método de alfabetização de adultos, criado por Paulo Freire nos anos 1960 e que viria a levar o seu nome. O princípio do método apresentado pelo educador era de que as aulas deveriam partir de temas que faziam parte do cotidiano dos estudantes e não de frases prontas, que muitas vezes não tinham qualquer conexão com a realidade dos alunos.

Via de mão dupla

As teorias de Paulo Freire pregavam que a educação se baseava em um processo de troca, onde o professor também teria espaço para aprender com o aluno.

>Qual a probabilidade de ganhar na loteria?

— Um aluno com consciência freireana lê um texto e reage; não aceita fake news, porque tem senso crítico. Vai captar o que é dito [em uma mensagem falsa] e ver o que está por trás disso, com que interesse foi produzido, em qual contexto — explica Silva.

Ao mesmo tempo, Freire também pregava o respeito às diferenças regionais e a criação de oportunidade para os mais necessitados através da educação.

Continua depois da publicidade

— São os indígenas, os surdos, os pobres, os negros. É dar oportunidade e empoderar essas pessoas por meio da educação — completa Silva.

*Com informações de G1.

Leia também

UFSC retoma atividades presenciais nesta segunda-feira

Não vacinado, Bolsonaro vai até Assembleia da ONU que exige comprovante de imunização

SC tem mais de 5 mil moradores de rua