Jogadores como Paulo Baier, 38 anos, Alex, 36, e Seedorf, 37, ditaram o ritmo do Campeonato Brasileiro. Ter visto a boa atuação deles faz Paulinho Teta, ex-ídolo do JEC, refletir as razões que o fizeram largar o futebol profissional tão precocemente.

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Uma briga com o técnico tricolor da época, Carlos Froner, foi o estopim para o jogador abandonar a carreira com apenas 23 anos. A decisão foi prontamente aceita pelo pai e a esposa do primeiro casamento, Brigitti, que enxergavam o futebol com maus olhos, como “coisa de malandro”.

– Pô, o Froner era muito mala. Técnico rígido, estilo Felipão. Entre abril e setembro de 1979, ele me deixou na geladeira. Nem treinar com o elenco principal eu podia. Ainda por cima, dificultaram a minha transferência. Eu queria ser emprestado, mas ele e a diretoria não deixaram. Isso que ofertas não faltavam – comenta o ex-atleta sobre o episódio que culminou na sua aposentadoria.

Paulo Maurício Pinto Ferreira nasceu em 1958 e ainda pequeno se tornou um apaixonado por futebol. Filho de Raul Ferreira, dono de imobiliária, e Neusa Mara Ferreira, ela dona de casa, foi criado na rua Dom Pio de Freitas, via paralela à Coronel Francisco Gomes, que dava acesso ao ex-estádio do Caxias, o Ernesto Schlemm Sobrinho, o Ernestão.

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Lá, Paulinho sentia-se no quintal de casa. Era no estádio que ele, Toco e Ney, filhos do responsável pela manutenção do gramado, brincavam de jogar bola todos os dias após voltarem da escola.

No Ernestão, Paulinho Teta, que não revela a origem do apelido, não perdia nenhuma partida do Caxias, seu clube do coração. Pelo amor gualicho, ganhou um aparelho de rádio (artigo de luxo na época) da diretoria do clube por ter confeccionado a maior bandeira da torcida.

De gandula para as 4 linhas

Paulinho foi gandula e pintor das linhas do gramado até receber uma oportunidade no infantojuvenil, dada pelo técnico Linor. “O gordo”, como chama Paulinho, já tinha sido seu treinador na época em que jogava no São Luís, time do bairro Copacabana.

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Com estatura elavada para a época – 1,83m – e um físico privilegiado, rapidamente o zagueiro ganhou a confiança para chegar ao time professional. Os títulos citadinos com o Caxias em 1974 e 1975 asseguraram também uma vaga no primeiro time profissional do JEC, em 1976. Pelo Tricolor, Paulinho Teta conquistou os estaduais daquele ano e de 1978 e 1979.