Durante um simpósio na universidade de Denver, pouco depois dos ataques à embaixada dos EUA na Líbia, a biógrafa do então diretor da CIA, David Petraeus, demonstrou ter conhecimento privilegiado sobre o assunto. Algumas das informações sequer haviam saído na imprensa americana. Quando se descobriu o caso entre os dois, ganhou força a suspeita as informações viriam do próprio general.

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Saiba quem é a biógrafa que derrubou diretor da CIA

Confira abaixo o trecho da palestra relacionado ao atentado na Líbia:

Estudante – Obrigado por escolher minha pergunta. O general Petraeus, em sua nova função, está em uma posição muito difícil, no centro da questão de Benghazi. Você tem algum comentário sobre o assunto?

Paula Broadwell – Bem, eu vou dar um pouco do contexto para os que estão nessa sala. Como vocês sabem, o embaixador (americano) foi morto em Benghazi com dois agentes de segurança que eram da força de segurança paramilitar da CIA. Isso veio à tona hoje na Fox News. Mas o desafio tem sido a incerteza da guerra e o maior desafio é a temporada de caça da política. Então, a coisa toda se transformou em um tipo de arena política. Os fatos que vieram à tona hoje eram que as forças terrestres no anexo da CIA – que é diferente do consulado – estavam solicitando reforços, eles estavam solicitando um grupo Delta Force, os mais talentosos homens que possuímos no exército. Eles poderiam ter ido e reforçado o consulado e o anexo da CIA, que estavam sendo atacados. Agora, eu não sei se muitos de vocês ouviram isso, mas o anexo da CIA tinha, na verdade, prisioneiros da milícia líbia, e eles acreditam que o ataque ao consulado foi um esforço de libertar esses prisioneiros, uma informações que ainda está sendo vetada. O desafio para o general Petraeus é que nessa nova posição não lhe é permitido se comunicar com a imprensa. Então, ele tem conhecimento de tudo isso: eles tiveram comunicação com a principal estação da CIA na Líbia, dentro de 24 sabiam parcialmente o que estava acontecendo. Na época, porém, tinha vídeo sobre Maomé e os protestos no Cairo. Ocorreram demonstrações em 22 países pelo mundo, eram milhares de pessoas. O governo ficou preocupado que isso se tornaria um pesadelo para nós. Vocês podem entender se colocar no lugar deles, no lugar da secretária Hillary ou no lugar do presidente, que pensaram que isso estava ligado de alguma forma, às demonstrações no Cairo. É verdade que tivemos um sinal da inteligência que mostrava milicianos na Líbia estavam vendo os protestos no Cairo e que aquilo galvanizou seu esforço. Logo, nós vamos descobrir os fatos muito em breve. Eu não acho que o público necessariamente precisa saber de tudo isso. É uma tragédia perdermos um embaixador e dois oficiais do governo. E houve uma falha no sistema, porque o reforço na segurança foi solicitado, mas é frustrante ver o aspecto político de toda essa investigação.

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