Chapecó entrou na rota de Paul Di’anno, na turnê que ele anuncia com “a última” e que, em Santa Catarina, já passou por Florianópolis e Urussanga. O show do vocalista que gravou com o Iron Maiden os dois primeiros discos da banda – Iron Maiden (1980) e Killers (1981), além do EP ao vivo Maiden Japan (1981) – será no próximo sábado, na Dalla Cervejaria. A noite promete uma grande festa roqueira, com Di’Anno tocando sucessos do Iron e faixas da sua discreta carreira solo.
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A história do rock tem muitas páginas e notas de rodapé com histórias como a de Paul Di’Anno. Mas ele pelo menos conseguiu embarcar no trem rumo à fama e à fortuna e aproveitar parte da viagem antes de ser jogado para fora do vagão – outros foram esquecidos na estação. O Iron Maiden já havia testado diferentes vocalistas antes de efetivar Di’Anno. Ele garantiu a vaga e gravou dois discos reverenciados pelos fãs – e em cada um garantiu seu nome nos créditos de um hit, Running Free, no primeiro, e Killers, no LP homônimo, participações que lhe garantem uma fonte de renda nada desprezível.
Mas seus abusos com as drogas não foram toleradas pelo dono do Iron, o baixista Steve Harris, que o expulsou em 1981. Foi com Bruce Dickinson, a partir de The Number of The Beast (1982) que veio o estrelato mundial. Há varios casos parecidos com o de Di’Anno. Dale Crover e Chad Channing tocaram bateria no Nirvana em demos e figuram nos créditos do primeiro disco, Bleach (1989). Mas o fenômeno grunge se deu com Dave Grohl, em Nevermind (1991).
Outros bateristas que ficaram pelo caminho foram Steven Adler, expulso do Guns ‘n Roses, e John Rutsey, que deixou o Rush após o álbum de estreia, em 1974. O caso de Glen Matlock é emblemático: fundador dos Sex Pistols, apontado como o melhor músico do grupo e coautor das faixas de Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols (1977), o baixista foi mandado embora antes do lançamento do disco que detonou o punk, substituído por Sid Vicious, que tinha uma imagem mais apropriada à banda, embora não soubesse tocar uma nota.
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Quando se trata de músicos que deixaram bandas antes de alcançarem o sucesso nenhuma história supera a de Pete Best, o sujeito mais azarado do rock. Entre entre 1960 e 1962, ele fez mais de 500 shows como baterista dos Beatles. Mas, às vésperas de gravar o primeiro disco, em 1962, foi dispensado pelo produtor George Martin, abrindo vaga no grupo e na história para Ringo Starr. Assistir à beatlemania foi devastador para Best, que entrou em depressão e tentou o suicídio, antes de se conformar com a rotina de funcionário público e seguir com a música em trabalhos sazonais.
– Não sei bem. Já se falou que era o meu corte de cabelo, ciúme, inveja ou porque eu era o cara mais bonito da banda – brincou ao responder pela enésima vez por que foi deixado para trás.
O caso de Best é tão triste como de Ian Stewart, pianista que era um dos Rolling Stones até alguém dizer que ele não tinha sex appeal de roqueiro, o que o fez ser rebaixado para músico de apoio a partir do primeiro compacto, em 1962.
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Outro que se deu mal foi marrento Dave Evans, que cantava com o AC/DC e se recusou a fazer um show, o que o fez ser mandado embora antes de o grupo lançar o primeiro disco, em 1975. Já Tracii Guns fez relativo sucesso à frente do L.A. Guns, mas poderia ter ido bem mais longe como guitarrista do Guns’n’Roses, banda a qual emprestou seu nome. Ele, porém. perdeu o emprego por faltar aos ensaios e foi substituído por Slash.
Agende-se
O quê: show de Paul Di’anno
Quando: sábado – abertura da casa às 23h
Onde: Dalla Microcervejaria (Av. Nereu Ramos, 1266 E, Centro, Chapecó)
Quanto: R$ 25 (pista) e R$ 45 (VIP)
Informações: www.dallamicrocervejaria.com.br e (49) 3328 0110