O “pastor” Dirlei Paiz, preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17), estava dormindo no momento em que foi abordado pelos agentes em Blumenau. A esposa dele confirmou a detenção e contou que ambos estavam em casa, por volta das 6h, quando a ação ocorreu. Ele foi interrogado no posto da PF em um shopping da cidade para depois seguir ao Presídio Regional; veja fotos exclusivas abaixo. O mandado de prisão preventiva dele é um dos 10 que estão sendo cumpridos em todo o país pela operação Lesa Pátria.
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A 14ª fase da Lesa Pátria busca identificar pessoas que incitaram e participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.
Nas redes sociais, Dirlei faz forte oposição ao presidente Lula (PT). Apoiador ferrenho do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), o pastor aparece em fotos ao lado de Jair Renan, filho de Bolsonaro, e com placas pedindo “intervenção federal”. No ano passado, ele chegou a ocupar a tribuna da Câmara de Vereadores de Blumenau para defender o acampamento montado diante do 23º Batalhão de Infantaria. Os manifestantes pediam intervenção das Forças Armadas por conta da vitória de Lula nas eleições.
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O homem se apresenta como pastor nas redes sociais, de uma igreja da Rua Pastor Oswaldo Hesse, segundo consta da ficha cadastral dele junto à Câmara de Vereadores, mas a instituição o desmentiu. Em nota, a Assembleia de Deus disse que o morador não pertence a nenhuma igreja da cidade e sequer faz parte da Convenção das Assembleias de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.
Ele foi candidato a vereador pelo Patriota em 2020. À época, recebeu 522 votos e não se elegeu. Com a possibilidade de tentar uma cadeira na Casa Legislativa blumenauense de novo em 2024 e fortalecer o nome, em maio deste ano foi contratado como coordenador político pelo presidente da Câmara, Almir Vieira (PP).
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Almir explica que Dirlei tem o cargo de confiança na equipe dele porque faz parte do mesmo grupo já teve outros trabalhos no meio político. Para a admissão, todo o histórico criminal do comissionado foi avaliado, diz ainda o parlamentar e, como estaria tudo certo, o gabinete não viu problema na contratação. O salário é de pouco mais de R$ 5 mil, de acordo com o portal da transparência. Agora, o vereador pretende consultar o departamento jurídico para decidir o que fará em relação ao servidor.
Por volta das 9h, a Polícia Federal informou que Dirlei estava sendo ouvido no posto do shopping Park Europeu e que após passar pelo exame do corpo de delito seria encaminhado ao Presídio Regional. Ele deixou o shopping às 10h20min. Antes das 11h saiu do Instituto Médico Legal para ser levado à cadeia, onde chegou cerca de 30 minutos depois. À NSC TV, o advogado de Dirlei, Jairo Santos, falou que ainda não havia tido acesso ao relatório da prisão, mas que a audiência de custódia está marcada para a tarde desta quinta.
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Conforme a Polícia Federal, são 16 mandados de busca e apreensão em todo o Brasil — dois em Santa Catarina — expedidos pelo Supremo Tribunal, além dos 10 de prisão. Desses, três em Santa Catarina e cumpridos pela PF de Itajaí.
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