Na pacata cidade de pouco mais de 9 mil habitantes, localizada a 53 quilômetros de Blumenau, o apito do Trem Histórico Cultural da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC) só é ouvido, atualmente, durante a manutenção mensal, feita por cerca de 15 voluntários. O momento precioso e que remete os moradores de Apiúna ao passado foi vivenciado por aproximadamente 12 mil pessoas durante os 18 meses de passeios mensais na locomotiva 232. Mas, em setembro de 2011, a enchente que atingiu o Vale do Itajaí causou desmoronamentos e danificou os trilhos do trem, e a atividade turística cessou.
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Os estragos na linha férrea foram reparados com ajuda da prefeitura, mas para que o passeio volte a ser feito é preciso aguardar o resultado do pedido de licenciamento que será feito à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília. Antes da paralisação, os passeios eram feitos sem a liberação formal de tráfego.
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Processo burocrático
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A documentação do pedido de licença ainda não tem data para chegar à ANTT, pois foi encaminhada no final de novembro pelo Núcleo Regional Vale do Itajaí (NuRVI) da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) à ABPF Nacional, em Campinas (SP), onde serão acrescentados estatutos e atas, entre outros documentos.
– A demora no envio da papelada ocorreu pelo grau de complexidade dos documentos exigidos, que incluía medições do trecho em que o trem opera. Não sabemos quando será encaminhado para a ANTT, possivelmente em fevereiro. Mas também não há previsão de quando será feita a inspeção, que poderá, inclusive, ter resultado negativo, com solicitações de adequações no trecho – explica Luiz Carlos Henkels, secretário, tesoureiro e relações públicas do NuRVI da ABPF e um dos voluntários que dedica as horas de folga com a manutenção.
Segundo o presidente da Fundação Estrada de Ferro Vale do Itajaí (Tremtur), Frank Dieter Schulze, para conseguir a licença é necessário que se consiga a autorização da América Latina Logística (ALL), detentora da concessão para revitalização da ferrovia nos estados da região Sul, para uso do leito da ferrovia:
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– Nós agimos de forma errada ao usar aquele trecho sem autorização da ALL, mas por desconhecimento. A enchente foi o motivo que precisávamos para parar.
Enquanto isso, o trem está guardado em uma garagem dentro da Usina Salto Pilão, para evitar depredação, mas visitantes podem ter acesso ao local acompanhados de associados da ABPF.
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