No andar de baixo, a solidariedade, no andar de cima, a depredação. No último domingo, completou dez dias em que a Passarela do Samba Nego Quirido, em Florianópolis, foi a casa para 200 homens e mulheres, moradores de rua, que escaparam do forte frio que passou por Santa Catarina.
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Mas uma vistoria de rotina de técnicos do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, feita nos camarotes da passarela, na última quinta-feira, constatou o furto de materiais de cobre, mangueiras e luminárias de emergência, em um prejuízo de mais de R$ 15 mil.
Não se sabe se o furto teria ocorrido durante os dez dias em que os moradores receberam abrigo, banho e refeições. Um voluntário na força-tarefa disse à rádio CBN/Diário que a danificação dos camarotes foi obra dos moradores de rua que por ali passaram.
– Na primeira noite eles acabaram com todo o cobre e as mangueiras de combate à incêndio. Roubaram todas elas e deu um prejuízo de R$ 15 mil só destas mangueiras – disse ao repórter Osvaldo Sagaz.
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Já o secretário da Assistência Social negou que a depredação tenha partido dos moradores de rua que receberam ajuda durante o frio intenso.
– A Guarda Municipal ficou ali 24 horas, todos os dias da força-tarefa. Acredito que seja mais uma situação discriminatória contra os moradores de rua.
A força-tarefa começou no dia 19. Mais de 4 mil roupas foram arrecadadas e repassadas aos sem-teto. Além das 150 vagas na passarela, a prefeitura dispõe de outras 30 vagas no Abrigo Institucional do Centro, 30 vagas na Casa de Apoio do Jardim Atlântico e outras 14 vagas numa entidade conveniada.
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O secretário Alessandro Abreu anunciou que em agosto será lançado o programa Despertar, que vai implantar oficinas no Centro POP para incentivar atividades de renda alternativa entre a população de rua. Também serão instaladas bases móveis nos pontos considerados mais críticos quanto à utilização de drogas nas ruas do Centro. Não tem comprovação que foram pessoas que ali ficaram, até porque a guarda municipal estava fazendo a segurança do local durante o período em que eles ali permaneceram. Acredito que seja mais uma situação discriminatória.