A paralisação do transporte coletivo na manhã de sexta-feira pegou muita gente de surpresa. E motivou uma reação da Prefeitura de Itajaí. Sexta à tarde, o prefeito Jandir Bellini decidiu, em reunião com membros do governo, autorizar o reajuste da tarifa. Ele pediu à Procuradoria do município que elaborasse um projeto de lei para ser enviado à Câmara indicando que o aumento seja de acordo com o valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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Ainda não dá para se ter uma ideia de quanto será o valor da passagem, já que a primeira sessão da Câmara acontecerá apenas no dia 5 de fevereiro e a lei prevê que seja o índice do mês. Se fosse hoje, o aumento seria de 6,19%, com a passagem indo para 2,97. Segundo a empresa Coletivo Itajaí, o último aumento da passagem foi em 2010 e que, mesmo assim, deu os reajustes aos funcionários.

A negociação entre empresa e sindicato dos motoristas foi paralisada em novembro do ano passado, justamente quando começou a negociação para o aumento da tarifa. Foi enviado uma planilha de custos, feita pela empresa, onde mostava que a tarifa média ideal seria R$ 3,22 (hoje, a passagem cust R$ 2,80 ou R$ 2,45 para quem compra antecipadamente).

O consultor da Coletivo Joinville, Marco Littig, disse que a empresa foi pega de surpresa com a paralisação de ontem. Durante quatro horas (das 5h às 9h) nenhum ônibus saiu da garagem.

_ O sindicato teve uma posição deselegante conosco e, principalmente, com a população _ resumiu o consultor da empresa, Marco Littig. Ele fez questão de dizer que, em nenhum momento, as negociações com o sindicato pararam.

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_ A gente soube que teve assembleia neste ano, mas ninguém nos procurou depois disso. Littig também disse que vai procurar o sindicato e que a empresa faz questão de manter as negociações. A população foi pega de surpresa e reclamou. Eduardo Alves, 39 anos, Antônio Carlos, 49 e Crysthian Amarillia, 35, trabalham na mesma empresa, que fica no Bairro Salseiros, e perderam o ônibus das 6h45. Já passava das 9h e eles não tinham ideia de quando chegariam ao trabalho.

_ A gente entender a reclamação deles (motoristas), mas poderiam ter avisado para gente se programar. _, disse Eduardo.

_ A gente até tentou ver um mototáxi, mas era muito caro. Alguns queriam cobrar R$ 30 _, disse Antônio. A alegação do sindicato da categoria para a paralisação de ontem é a de que a empresa parou com as negociações sobre o aumento do salário. E é bom a população ficar atenta.

O sindicato não descarta a possibilidade de uma greve caso não seja atendido nas reivindicações.

_ Se a assembleia decidir pela greve, vamos avisar os usuários com 48 horas de antecedência _ prometeu o presidente do sindicato, João José de Borba.

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A paralisação durou das 5h às 9h da manhã, quando então todos os veículos começaram a sair. O presidente do sindicato afirmou que a última negociação com a Coletivo Itajaí foi em novembro.

_ A gente decidiu esperar porque a empresa estava em conversas com a Prefeitura sobre o reajuste. O aumento não veio e ninguém nos procurou mais _ comentou Borba.

Dentre as reinvindicações do sindicato estão aumento de 12%, auxílio-alimentação de R$ 250 (hoje é R$ 180) e adicional de R$ 300 aos motoristas que acumulam a função de cobrador (hoje é R$ 180).

_ Além disso, a gente cobra a melhoria dos ônibus. Tem muito veículo com para-brisa quebrado, outros com extintor rolando pelo chão. A frota não é velha, o que falta é manutenção _ disse Borba.

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