Usuários do transporte coletivo de Joinville estão insatisfeitos com o aumento de tarifa anunciado pela prefeitura e número atual de viagens oferecidos na cidade. Com aumento de R$ 0,25 a partir de 1º de janeiro, a passagem antecipada vai passar de R$ 5,25 para R$ 5,50. Já a embarcada será de R$ 5,75. O reajuste é de 4,7% e R$ 4,5%, respectivamente.
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Uma delas é a vigilante Ivanilce Santos, de 42 anos. Ela afirma que o valor deveria permanecer igual, pois a qualidade dos veículos não está acompanhando o aumento.
— Tem ônibus que é confortável, mas tem outros que estão sempre lotados, sem ar condicionado, não dá. Se é para aumentar a passagem, deveria melhorar o transporte — critica.
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A dona de casa Gilmara Carneiro da Silva, de 37 anos, segue em uma linha parecida de pensamento. Com o novo valor, ela e o filho de 8 anos vão gastar, para ir e voltar para casa de um passeio, R$ 22.
— A gente depende do salário e aumenta tudo. É muito pesada a passagem. Tenho um filho e ele também paga. O passeio em família vai ficando cada vez mais caro — desabafa.
O que e quanto Joinville precisa para não cobrar tarifa no transporte coletivo
Sabrina de Jesus Eufrásio tem 19 anos e é vendedora. A jovem costuma fazer quatro viagens de transporte coletivo por dia e o novo valor vai pesar no bolso. Além do preço da passagem, ela diz ser necessário melhorar a qualidade do serviço.
— Uso para chegar e voltar de um trabalho fixo, mas também para um outro, que é complemento. De 25 em 25 centavos, quando vê vai um monte de dinheiro. Precisa melhorar a quantidade de ônibus e horários — aponta.
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Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um acumulado de 4,7%. De acordo com a prefeitura de Joinville, esse percentual foi utilizado para aumentar o valor da tarifa.
Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um acumulado de 4,7%. De acordo com a prefeitura de Joinville, esse percentual foi utilizado para aumentar o valor da tarifa.
Com a divisão em tarifa “técnica” e “social”, a prefeitura subsidia parte do valor da primeira opção, avaliado até então em R$ 7. Em 2023, o valor utilizado para o subsídio foi superior a R$ 25 milhões.
Apesar da prefeitura custear parte da tarifa, o número de passageiros no transporte coletivo despenca há décadas em Joinville. Conforme dados do IBGE, em 2000, Joinville tinha cerca de 430 mil habitantes e 50,3 milhões de passageiros transportados por ano. Em 2010, a cidade tinha 515 mil habitantes e o número de passageiros já tinha caído para 46,7 milhões.
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Em 2019, antes da pandemia, com a população já em mais de 590 mil habitantes, a quantidade de passageiros diminuiu para 35,3 milhões. A tendência de encolhimento acelerou com a Covid-19, mesmo com a prefeitura congelando os aumentos por três anos. Em 2022, com a população estimada em 618 mil, a projeção é de que 25,8 milhões foram transportados.
Licitação do transporte em Joinville prevê novo terminal e ônibus com internet e ar condicionado
Conforme o Joinville em Dados, em 2000, 32% dos moradores eram transportados por ônibus, o percentual cai para 24% em 2010 e, sete anos depois, chega a 17%. Ou seja, mesmo com a população crescendo, o número de usuários cai.
Demanda histórica da cidade, a prefeitura afirma que o processo de licitação para a concessão do Sistema de Mobilidade de Joinville (Simob) continua em andamento. Após o período de consulta pública, as equipes técnicas trabalham na adequação do edital, que será enviado no início de 2024 para apreciação do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina.
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