Era uma vez a Festa do Pinhão. Uma festa que começou pequena e cresceu. Cresceu tanto que se tornou uma festa nacional, atraindo gente de todo o país para compartilhar 10 dias de alegria com o povo Serrano.
Continua depois da publicidade
Era uma vez uma festa que de um sonho distante passou a ser muito maior do que o próprio sonho. Era uma vez a Princesa da Serra, uma semente e um povo acolhedor, que juntos transformaram uma pequena comemoração em um evento histórico. Era uma vez a Festa do Pinhão, evento tipicamente lageano, que divulga a cultura serrana, atrai turistas, movimenta a economia da cidade e divulga Lages pelo Brasil afora.
Quem chega a Lages para curtir a tão prestigiada Festa Nacional do Pinhão e encontra tudo pronto, incluindo a estrutura para shows, comidas típicas, festivais, exposições, gente boa e bonita circulando, talvez nem imagine toda a trajetória por trás desta atual realidade. Há uma longa e rica história que foi construída por muitos e que, neste ano, completa 40 anos de 29 edições.
Muitas pessoas ainda debatem se a festa começou de fato em 1973, 1987 ou 1989. Dúvidas à parte, documentos comprovam que a primeira edição foi realmente em 1973. Bem diferente da versão atual, ela surgiu como uma pequena comemoração comunitária.
Continua depois da publicidade
Segundo Adelma Paim, 76 anos, esposa do já falecido idealizador da festa, Araci Paim, a ideia inicial partiu do então assessor de imprensa da prefeitura de Lages , Agilmar Machado, após um pedido do prefeito Juares Furtado.
Adelma conta que Furtado tinha o sonho de fazer uma festa para a comunidade lageana e que, para isso, reuniu um grupo de autoridades para discutir a possibilidade de colocar em prática o projeto idealizado.
Paim era assessor de turismo e adorou a ideia do colega. Na reunião, quando todos discutiam sobre o que seria a temática do evento, ele palpitou. Disse que a região serrana tinha muitas araucárias, de onde tirava-se muito pinhão, e que o pinhão era bom, e que a festa deveria ser, então, a Festa do Pinhão.
Continua depois da publicidade
E o palpite deu certo, resultando no agendamento da primeira festa para 14 de julho de 1973. Na época tudo foi muito simples e rústico. O povo se reuniu na Praça João Costa, no centro da cidade, onde houve música, dança e pinhão cozido gratuito para quem quisesse comer. Além disso, apresentações artísticas, desfiles em carros abertos, coroação da rainha e princesas e bailes gauchescos também movimentaram o evento.
A esposa de Paim lembra ainda que a segunda festa aconteceu em 1974, na Avenida 1º de Maio, no Centro de Tradições Gaúchas Porteira Serrana, mas que infelizmente não teve o mesmo impacto da edição de lançamento. Como resultado, pelos próximos 13 anos o evento foi deixado de lado. Quando retornou, em 1987, Paim, que tanto havia sonhado em ver a festa crescer, já havia falecido há três anos.
– A festa realmente começou simples e acanhada. Sem comparação ao que ela se tornou com o passar dos anos. E Paim sempre acreditou e sonhou com isso. Quem não acreditava era eu, mas ele sempre teve razão. É uma pena ele não ter vivido para ver a concretização do seu sonho – diz Adelma.
Continua depois da publicidade
Em 1987 o prefeito Paulo Alberto Duarte reativou a festa, que passou a acontecer no Parque Conta Dinheiro, onde permanece sendo feita até hoje. Nesse ano e no seguinte a festa continuou regional, reunindo cada vez mais pessoas para prestigiar os atrativos culturais que o evento oferecia.
Dois anos depois, o prefeito Raimundo Colombo relançou a festa, desta vez em âmbito nacional, e o evento ficou conhecido como 1ª Festa Nacional do Pinhão. De lá para cá a celebração só aumentou, com cada vez mais público, mais estandes e maiores shows de âmbito nacional, reunindo artistas como Jota Quest, Daniela Mercury, Daniel, Nando Reis e Fábio Júnior.