A quaresmeira, tipo de jacatirão que tem esse nome porque desabrocha na Quaresma, está em florescência. Em Rancho Queimado, há um trecho da BR-282 que fica uma beleza tingido de vermelho e vinho dos dois lados da estrada. Este tipo de jacatirão, a quaresmeira, é colorido, tem cores vivas e vibrantes. Não dá para não notar uma quaresmeira fechada de flores.

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Fico encantado com as manchas vermelhas que as quaresmeiras deixam na mata e nos jardins. Mas não é um encantamento comum, simples, é um encantamento mágico, pois meus olhos são atraídos pelas cores das pétalas vermelhas, quase vinho, no meio do verde, e meu olhar flutua em direção a elas, como se minha alma seguisse com ele no caminho das cores. É assim que me sinto encantado com a generosidade das flores do jacatirão, encantamento que envolve meu olhar, minha alma, meu coração. Mas parte deste encantamento ainda é o porquê de eu chamar o jacatirão de “flor da Páscoa”. Acho que ele é a flor de Cristo também, porque ele está florido em dezembro, quando nasce o Menino Jesus para todos nós. E uma variedade desse mesmo jacatirão, a quaresmeira, está florida na Páscoa, quando aquele menino, feito homem, é crucificado.

O jacatirão está presente tanto na chegada quanto na partida do menino, filho do Pai. Não é uma flor divina? Pois a Páscoa não é só ovos e coelhos de chocolate. A palavra Páscoa vem do hebraico e significa “passagem”. Os judeus comemoravam esse dia antes mesmo de Cristo, com outro sentido: o de liberdade, a libertação de anos de escravidão no Egito. Para os cristãos, a Páscoa passou a celebrar o renascimento de Cristo, a passagem d’Ele. Páscoa, então, é renascimento, renovação, a festa da libertação. Páscoa é fé em uma força maior que rege nossos destinos e é também jacatirão, a flor que anuncia o Natal e enfeita a Páscoa, que anuncia a chegada e a elevação do filho de Deus.