Antes visto como um vilão, o doce à base de cacau pode agora ser inserido em uma dieta saudável. Consumido sem exageros, o chocolate ajuda a evitar problemas cardiovasculares, conforme comprovou recente pesquisa da Universidade Cambridge, na Inglaterra.
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Das 114 mil pessoas que participaram do estudo, aquelas que consumiram maior quantidade de chocolate reduziram em 37% o risco de sofrer doenças de coração e em 29% a chance de ter um derrame. Isso porque o cacau, além de ser fonte de magnésio, manganês, potássio, ferro, cobre, vitaminas B e E, contém flavonoides com potente ação antioxidante, que modulam a função imunológica e as inflamações.
Especialistas em nutrição estão indicando a inclusão do cacau nas dietas de pacientes idosos, uma vez que a iguaria aumenta a ingestão de nutrientes bons, como a cafeína e os flavonoides. Além disso, o consumo de cacau melhora a palatabilidade e aumenta a aceitação dos alimentos.
Segundo Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração (HCor), o consumo regular de cacau também estaria relacionado à melhora das funções cognitivas e sensoriais e “poderia ser um grande aliado para pacientes com demências e Alzheimer”. Isso não significa, no entanto, que o chocolate está liberado para todos.
– O produto costuma ter alto teor de açúcar e gordura, levando à obesidade. Por isso, deve ser consumido com moderação – avisa Magnoni.
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Outros efeitos do consumo de chocolate estão sendo estudados atualmente. Entre eles, estão os efeitos anti-inflamatórios, a melhora do perfil lipídico (diminuição do colesterol ruim, o LDL), o melhor controle do metabolismo da glicose e ação antitrombose.
Versão amarga traz mais benefícios
Por causa do maior teor de cacau na sua composição (cerca de 55%), a versão amarga do produto é a mais indicada para o consumo, afirma a médica do Comitê de Nutrologia da Unimed Porto Alegre Jaqueline Coelho:
– Considera-se moderado o consumo de até 30 g de chocolate amargo diariamente, o que representa em média três quadradinhos de uma barra comum. Além disto, a proteína do leite pode inibir a absorção de alguns flavonoides, por isso a preferência pelo chocolate amargo, rico em cacau, em vez do chocolate ao leite ou branco.
Quem tem restrição alimentar também pode usufruir dos benefícios. Isso porque há opções sem açúcar, sem glúten, à base de soja e sem lactose, produzidos com produtos orgânicos, livre de aditivos químicos e com alfarroba.
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Alternativa para os intolerantes
Chocolate de alfarroba – Tem sabor semelhante ao chocolate amargo tradicional, mas com quantidade de calorias inferior e menor teor de gordura. A alfarroba é uma vagem que, triturada e torrificada resulta em uma farinha, é utilizada para substituir o cacau. Isento de lactose e glúten, pode ser consumido por pessoas com intolerância a essas substâncias.
Chocolate de soja – Produzido com extrato de soja 100% vegetal e sem adição de lactose. Além disso, possui quantidade insignificante de sódio, o principal responsável pela retenção de líquidos. As proteínas da soja também propiciam uma sensação de saciedade maior.
Atenção na hora de escolher o chocolate
– Os chocolates diets não têm açúcar, mas o teor de gordura é mais elevado
– Os diabéticos devem ficar atentos e buscar chocolates sem açúcar
– Depois de comer, escove os dentes. O consumo exagerado pode causar cáries e amarelar sua arcada dentária
Detalhe ZH
Fique atento ao percentual de cacau das marcas que você consome. Em recente pesquisa, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) revelou que a maioria dos chocolates não tem informação sobre a quantidade de cacau no rótulo. A legislação atual não obriga as empresas a colocarem esse dado na embalagem, mas para ser considerado chocolate, o produto deve ter, ao menos, 25% de cacau.
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