Bastante raro, o parto empelicado é interessante e considerado um fenômeno natural e bonito. Isso porque o bebê ao nascer pode ser visto ainda dentro da bolsa de líquido amniótico que o protege durante as 40 semanas, em média, de uma gestação.
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Por que o parto empelicado ocorre
O que ocorre normalmente é que a bolsa estoure, indicando que o bebê está prestes a nascer. Portanto, às vezes, a mãe vê o líquido amniótico se soltar horas ou momentos antes do parto. Quando esta película fina e transparente que envolve o feto dentro da barriga não se rompe, acontece o chamado parto empelicado.
Nestes casos em que a bolsa permanece intacta, não há danos à mãe ou ao recém-nascido. Apesar de uma bela cena, o médico tem que, de um a três minutos, tempo em que o bebê continua recebendo nutrientes da mãe, fazer um pequeno corte na bolsa usando uma pinça específica.
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Desta forma, a bolsa se rompe, o líquido sai e o bebê é então retirado. Dali, ele segue para os procedimentos, testes e exames necessários que são realizados pelo pediatra neonatal e objetivam atestar o seu estado de saúde geral.
Frequência deste tipo de parto
As grávidas gostam de saber os detalhes que envolvem o desenvolvimento do bebê em seu ventre e também as particularidades das diversas formas de dar à luz, assim como cada tipo de parto.
O parto empelicado é raro. Estima-se que a cada 80 mil partos, apenas um é considerado assim.
Um detalhe interessante é que o parto empelicado tem mais chance de ocorrer em cesarianas. A razão disso é que há maiores chances de rompimento da bolsa quando o bebê é expelido pela vagina.
Porém, o parto empelicado também é possível em partos normais, em especial quando o bebê é prematuro. Nesta situação, o tamanho do saco amniótico é menor, permitindo que o bebê e a bolsa passem mais facilmente pelo canal vaginal.
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Embora raro, este tipo de parto não traz qualquer risco para o bebê ou para a mãe e, em muitos casos, pode até ajudar a proteger o bebê de alguma infecção que a mãe possa passar.
O parto empelicado não prejudica o bebê nem a mãe
Existe até uma vantagem para os nascimentos via parto empelicado. Em alguns casos, por exemplo, quando a parturiente tem alguma doença infecciosa, o bebê não deve entrar em contato com o sangue da mãe para não se contaminar pelo mesmo agente.
Se a mãe for HIV positivo, este tipo de ocorrência evita que o sangue da mãe toque o bebê durante o nascimento, transmitindo a doença. Ou seja, o parto empelicado impede o vínculo direto.
Outro benefício do parto empelicado é que ele protege o bebê contra possíveis traumas ou escoriações na hora do nascimento.
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Durante a gravidez, o líquido amniótico tem papel fundamental
Enquanto o bebê está dentro do saco amniótico, continua recebendo todos os nutrientes e oxigênio através do cordão umbilical, não existindo qualquer risco para a sua sobrevivência.
É possível prever ou programar este tipo de parto?
Mesmo apresentando este benefício, o parto empelicado dificilmente é programado apenas por vontade da mãe ou do médico. Ele ocorre de maneira natural e espontânea.
A natureza é sábia ao proteger, por exemplo, o bebê prematuro mantendo-o por mais tempo dentro do saco amniótico que o ajuda a se proteger de algum trauma no parto, como hematomas e até fratura.
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Neste contexto, o que pode ser raramente verificado é o fato de a grávida ter uma doença altamente transmissível e o obstetra agendar uma cesárea pra retirada prematura do bebê, por volta da 38ª semana.
Durante o parto, a equipe médica tenta pegar o bebê sem que haja o rompimento do saco amniótico. O objetivo é evitar o contato do recém-nascido com o sangue infectado da mãe. Mas ninguém pode garantir que a tática dê certo.
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Casos recentes são registrados em Santa Catarina
O Estado de Santa Catarina registrou, recentemente, dois casos de parto empelicado. Um em Içara e outro em Criciúma. Ambos foram em gêmeos.
Em 8 de fevereiro deste ano, um dos gêmeos estava envolto pela placenta e com todo o líquido amniótico preservado. O parto foi feito sem problemas no Hospital São Donato, em Içara. A mãe Sabrina Euzébio de Oliveira deu à luz às 8h55 ao Caio, que teve a bolsa rompida.
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Depois de quatro minutos, foi a vez de Kadu, que estava uma placenta intacta. O pai dos gêmeos, Jones Alves Bauer contou que ele e a mãe não esperavam que Kadu chegasse dentro da bolsa. “Pudemos ver como o bebê fica dentro da barriga da mãe. Foi uma grande emoção”, disse.
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Os gêmeos Brayan e Emanuel nasceram em 5 de novembro de 2020, no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, em Criciúma. Um deles estava empelicado. Brayan foi o primeiro a nascer e Emanuel veio na sequência, ainda dentro da bolsa que não se rompeu.
O parto ocorreu sem nenhuma intercorrência e tanto os gêmeos quanto a mãe passam bem.
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