O partido do opositor preso Leopoldo López recusou, nesta sexta-feira (16), participar das eleições presidenciais venezuelanas de 22 de abril, afirmando que fazê-lo seria legitimar uma “fraude” para perpetuar o presidente Nicolás Maduro no poder.
Continua depois da publicidade
“Não vamos nos candidatar, nem apoiar nenhum candidato e pedimos a todas as organizações políticas democráticas a não participar nem validar a fraude do 22 de abril”, anunciou o Vontade Popular em nota.
O partido de López, em prisão domiciliar, é o primeiro a se recusar a participar do pleito, entre os 20 partidos que foram a coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD).
O Vontade Popular, que integra a ala mais radical da oposição, lançou um alerta aos demais partidos: “Quem se inscrever sob essas condições estará fazendo um favor à ditadura”.
Continua depois da publicidade
Para o agrupamento, Maduro quer que a oposição participe das votações – convocadas antecipadamente pela Assembleia Constituinte – para legitimar um “simulacro eleitoral fraudulento e inconstitucional”.
López, líder do partido, cumpre em regime domiciliar uma pena de 14 anos, imposta em setembro de 2015, acusado de incitar a violência em protestos que deixaram 43 mortos em 2014.
A MUD, que denuncia a ausência de garantias eleitorais, realiza consultas internas para decidir se vai às urnas, como Maduro pediu.
Continua depois da publicidade
Um candidato de consenso é um dos principais desafios caso a aliança decida competir, diante de divisões profundas.
As fraturas se acentuaram com as negociações com o governo da República Dominicana para alcançar garantias que deixem as eleições mais transparentes.
As negociações fracassaram em 7 de fevereiro, após o poder eleitoral estabelecer a data do pleito
Embora a MUD busque uma posição única nas eleições, outro de seus movimentos, Avanzada Progresista, já insinuou que procurará destronar Maduro com o ex-governador e dissidente chavista Henry Falcón.
Continua depois da publicidade
Nesta quinta, o líder socialista encorajou novamente a oposição a participar com um único candidato e “ganhar de boa-fé”. Ele ainda reiterou que ele vai se reeleger com, ou sem, oponentes.
“É uma oposição que, quando sabe que vai perder, se retira”, disse Maduro, que se mostrou aberto a uma observação eleitoral pelo secretariado-geral da ONU.
* AFP