Blumenau tem algumas particularidades que são difíceis de entender. Que o diga o carismático, sempre muito franco e bem-humorado, Carlos Alberto Freire Soares, o Betão. Para ele, sempre se torce contra qualquer iniciativa na cidade, principalmente, quando o assunto é futebol. “Existem os abutres de plantão”, repudia o ex-dirigente do BEC. Betão também está certo ao reivindicar união dos principais investidores e maior envolvimento do Poder Público para o desenvolvimento do futebol profissional no município. Infelizmente, meu caro Betão, há muito tempo bate-se na mesma tecla e nada acontece. Os empresários argumentam que é necessário um projeto arrojado e pessoas com credibilidade. Outros preferem esperar pelos resultados para depois investir ou não. Os políticos apóiam de acordo com os próprios interesses e os torcedores, como sempre, pagam o preço. A intenção da coluna não é desmerecer ou desmotivar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos dirigentes do Real. Pelo contrário, a torcida é para que o clube alcance seus objetivos. Mas não se pode mais criar falsas expectativas. É preciso mostrar a dura realidade. Baixas Às vésperas da Segundona e logo quando o time estava se entrosando, o técnico Biro-Biro perdeu os dois atacantes titulares do Tupi. Jefferson foi negociado com o Celta, da Espanha, e Júnior foi jogar na China. Talento quase desperdiçado O atacante Adriano, que despontou como craque no Marcílio Dias em 1999, parece ter errado o caminho. Era cogitado por grandes clubes do Brasil, mas teve apenas passagens razoáveis pelo Brusque e Kindermann. Estava sendo negociado com o futebol uruguaio, mas deve mesmo disputar a Segundona pelo Camboriú ou a Terceira Divisão do Nacional pelo Velho Marinheiro. Talvez começando tudo de novo ele consiga reencontrar seu expressivo futebol. Competência reconhecida O professor blumenauense André Donegá vai dirigir a Seleção Catarinense de Vôlei nos Jogos Brasileiros da Juventude (até 17 anos), no próximo mês em Recife/PE. Além dele, oito jogadores do Barão vão formar a base do time, entre eles os pontas Tiago Schmitt e Tiago Busarello e o levantador Jean Dagnoni. Galeria SIMONE MORAES, a Simoninha, foi uma das maiores velocistas do atletismo catarinense nos anos 80. Nesta passagem de bastão para outra fera, Marguit Weise, na prova do revezamento 4×100 metros dos Jogos Abertos de Brusque, em 1985, a equipe blumenauense garantiu o título da competição. Simoninha, campeã e recordista dos 100 metros rasos, certamente está triste com a atual situação do atletismo de Blumenau e no Estado. Olho vivo Plantando: A Fundação de Esportes de Indaial está lançando o projeto Futsal Clube Indaial, que prevê a formação de um time para disputar a Primeira Divisão em 2002. Em alta: A karateca Ketlyn Schlutter, da Associação São Bernardo de Karatê, recebeu convite para treinar com a Seleção Brasileira em São Paulo. Xerifão: O zagueiro Roberto, do Joinville, vai ser o capitão da Seleção Catarinense no amistoso contra o Uruguai, no próximo sábado, em Montevidéu. Hipocrisia: “No Brasil, quem não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte”. Do dramaturgo, escritor, produtor e jornalista, Nelson Rodrigues.
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