Diálogo aberto entre pais e filhos sobre sexualidade na adolescência. Este foi um dos resultados da implantação de máquinas de camisinha em escolas americanas, conforme dados de pesquisas científicas.

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No Brasil, desde o início da discussão do programa que prevê distribuição de preservativos em colégios públicos, o tema gerou polêmica e despertou diferentes opiniões. Para tirar dúvidas dos internautas sobre a questão, o neurocientista especializado em cérebro e comportamento adolescente, Rodrigo Sartório, participa de um chat nesta sexta-feira, a partir das 11h.

Qual sua opinião sobre o assunto?

Segundo o especialista, um dos resultados mais representativos da iniciativa em outros locais é que nas escolas onde houve a implantação de dispensários de preservativo os pais passaram a conversar mais sobre sexo com os filhos.

Sartorio presta consultorias em escolas, universidades e centros comunitários para mostrar aos educadores como lidar com o universo do jovem. Ele orienta pais, professores, psicólogos, enfermeiros, médicos e adolescentes sobre gravidez, drogas, DSTs (doenças sexualmente transmíssiveis), dependência quimica e comportamento antisocial.

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Implantação

Ainda não foram definidas as escolas que receberão as máquinas, mas três cidades já estão confirmadas: Florianópolis, João Pessoa e Brasília. Os alunos terão uma matrícula e receberão da escola uma senha para terem acesso gratuito aos preservativos. Um dos objetivos da iniciativa é ampliar o acesso de adolescentes e jovens aos preservativos, que muitas vezes ficam constrangidos em adquirir.

A coordenadora do programa Educação e Prevenção na Escola vinculada à Secretaria de Estado de Educação, Rosemari Koch Martins, informa que serão feitas consultas ao corpo pedagógico, as alunos e aos pais para saber a receptividade do programa.

– Nada vai ser imposto. A questão da sexualidade já vem sendo inserida no currículo, se desdobrando em temas como doenças sexualmente transmissíveis, Aids, gravidez e contraceptivos, por exemplo. Esses dispensários passam a ser mais um instrumento de trabalho pedagógico para o professor.

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Pais aprovam distribuição, diz pesquisa

Em 2007, o Ministério da Saúde divulgou a pesquisa Saúde e Prevenção: cenários para a cultura de prevenção nas escolas. O estudo, realizado pela Unesco no Brasil, mostrou a aceitação de pais, alunos e professores à disponibilização do preservativo associada às atividades educativas. Foram pesquisados 102 mil estudantes, em 135 escolas públicas de 14 estados, entre maio e julho de 2005

::: 89,5% dos estudantes e 63% dos pais consideram “uma ideia legal” a disponibilização do preservativo no ambiente escolar

::: 5,1% dos alunos, 6,7% dos professores e 12% dos pais acham que a disponibilização das camisinhas nos estabelecimentos de ensino “não é função da escola”

::: 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa

::: 60,9% dos estudantes declararam ter usado a camisinha na primeira relação sexual

::: 69,7% fizeram uso do preservativo na última relação sexual

::: 42,7% dos estudantes alegam não ter usado o preservativo por não tê-lo na hora

::: 9,7% dos alunos declararam que não têm dinheiro para comprar camisinhas