É muito difícil que a prefeitura de Florianópolis negue a inspiração do projeto Orçamento nos Bairros no Orçamento Participativo, grife das primeiras gestões petistas em prefeituras pelo Brasil. A ideia de separar parte dos recursos para obras escolhidas diretamente pela população já foi testada mais de uma vez em SC.
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Além da experiência pioneira na Lages de Dirceu Carneiro no final da década de 1970, Florianópolis, Blumenau e Chapecó tiveram seus OPs nos anos 1990, quando o PT comandava ou integrava as gestões. Mais recentemente, foi a vez de Joinville, com o ex-prefeito Carlito Merss.
A experiência não gerou frutos em nenhuma dessas cidades. Em cada caso, em maior ou menor grau, pesou algum destes motivos: os poucos recursos à disposição dos programas inviabilizavam obras de vulto; a frustração da população ao ver que mesmo pequenas obras dificilmente saiam do papel; o aparelhamento das assembleias por entidades ligadas a partidos; a falta de continuidade quando outro grupo político subia ao poder.
Ao trazer o DNA do velho OP para Florianópolis, Cesar Junior promete atacar esses problemas com um modelo diferente. Para garantir que as obras aconteçam, orçamento impositivo. Para combater o assembleísmo e o aparelhamento, o voto direto de todos os eleitores que desejarem participar. Se esses dois pontos derem resultado, restaria atacar os outros dois: o volume de recursos e continuidade do programa, seja quem for o prefeito.
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