O técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, rebateu nesta terça, dia 11, as críticas de que seu time joga na retranca. O treinador, que reassumiu o comando do Brasil no início deste ano, declarou que sua equipe é mais ofensiva do que a maioria das seleções européias, apesar de ter um meio-campo formado por Gilberto Silva, Émerson e Zé Roberto, três atletas com características defensivas.
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– Nosso time tem três, não dois, como a maioria das equipes no futebol europeu, três atacantes: Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. Ou alguém tem dúvida disso? Acho que o time precisa ser equilibrado. Você não pode ter um time só com atacantes ou só com zagueiros. Você tem que procurar o equilíbrio. Isso é o que eu faço. Meus times não são defensivos ou ofensivos. Não conheço essas palavras. Não sei o que são. Se você diz que meu time não ataca, ou você não está sendo honesto ou você não conhece futebol – declarou.
Parreira é alvo das críticas da imprensa e dos torcedores desde 1994. Porém, o treinador manteve sua posição e, naquele mesmo ano, acabou levando o Brasil ao quarto título mundial ao vencer a Copa dos Estados Unidos.
Neste ano, as críticas aumentaram após a vitória por 1 a 0 sobre o Equador, na última partida do Brasil pelas Eliminatórias para a Copa de 2006, em setembro. Apesar da vitória ter deixado a Seleção na liderança da competição sul-americana, com seis pontos em duas partidas, o resultado não agradou a torcida.
– Quando você vence por 1 a 0 e 2 a 0, eles acham horrível. Mas esse não é o caso. Nossa partida contra o Equador foi muito difícil. Eles estiveram bem na Copa do Mundo e esse é o mesmo time e o mesmo técnico. Eles darão trabalho para todos – alertou Parreira.
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O técnico acredita que muita gente subestima as dificuldades das Eliminatórias Sul-Americanas, com 10 times lutando por quatro vagas diretas, e diz que para os brasileiros a competição é mais difícil do que a própria Copa do Mundo.
– As Eliminatórias são extremamente difíceis para a gente. Os adversários estão sempre motivados. Na Copa do Mundo jogamos em campo neutro, mas aqui pegamos a Bolívia em La Paz, jogamos com o Uruguai em Montevidéu, Argentina em Buenos Aires – declarou.
Ele também considera que a competição da América do Sul é mais difícil do que as européias.
– Lá você pode olhar para os grupos e, apesar de ter cinco ou seis times em cada, você sabe quem vai vencer. Normalmente tem dois times que você sabe que vão se classificar. Aqui você tem Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Equador. A Venezuela, não é mais moleza como era antes, você tem a Bolívia na altitude, o Peru, que melhorou enormemente. Acho que qualquer grande seleção européia teria dificuldades em jogar aqui. Qualquer uma delas – completou.
Apesar das dificuldades, ele não se arrepende de voltar a dirigir a Seleção Brasileira, onde tem a possibilidade de treinar os melhores jogadores do mundo, como Ronaldo, que Parreira levou para a Copa de 1994 com apenas 17 anos.
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– Imaginei que ele poderia ser grande. Mas ele superou todas as minhas expectativas. Hoje ele é a maior personalidade no mundo do futebol. Ronaldo é algo à parte. Ronaldo é Ronaldo, um fenômeno que decide partidas. Ele não se enquadra em nenhum esquema tático. Ele tem de ficar na frente e esperar que a bola chegue até ele. Aí ele decide – finalizou.
As informações são da Reuters.