Nem só em museus, teatros e salas de cinema se encontra cultura. Território antes dominado por atletas e crianças, os parques de lazer viraram palco para a arte e se tornaram locais estratégicos para músicos, atores, fotógrafos e entidades culturais divulgarem seus trabalhos. Em Blumenau, o ponto mais famoso é o Parque Ramiro Ruediger, no bairro da Velha.
Continua depois da publicidade
Por lá já passaram apresentações musicais, espetáculos teatrais, exposição de fotos e até show de palhaçaria. Também é comum ver grupos de amigos tocando violão e pessoas curtindo um bom livro à sombra das árvores que embelezam o espaço.
Neste fim de semana mais uma ação cultural chega ao Ramiro: o Sesc Blumenau vai exibir o curta-metragem animado O Gigante. Além do filme ao ar livre, oficinas e performances teatrais estão programadas até dia 17, sempre às 19h. Já nos dias 11, 14 e 15 o músico John Mueller levará clássicos da MPB e canções autorais ao parque. Todas as atrações são gratuitas.
– A gente vê o Ramiro como um grande centro de convivência. A receptividade do público é muito boa, os blumenauenses procuram cada vez mais usar a cidade de um jeito diferente. Se o cinema der certo, planejamos manter mais edições durante o ano – adianta Desireé Silveira, técnica de cultura do Sesc.
Continua depois da publicidade
Saúde para a mente
Outro projeto famoso no Ramiro é o Parque da Leitura, promovido pela Fundação Cultural de Blumenau. Vários livros ficam à disposição debaixo das árvores sempre aos sábados. Quem passa pode pegar uma obra, ler por ali mesmo e depois devolver o título ao catálogo. Para Patrícia Constâncio, organizadora da ação, a resposta do público é ótima. Ela conta que, a cada edição, cerca de 180 pessoas param para conhecer o espaço:
– O parque foi escolhido porque é um espaço onde as pessoas vão investir na qualidade da vida do ponto de vista da recreação e da saúde física. Senti falta de um investimento também na saúde mental. A literatura fortalece tanto a mente quanto a alma. Já recebi desde crianças de três meses a idosos de 92 anos.
Em novembro do ano passado o fotógrafo Alexandre Zelinski decidiu usar o Ramiro para expor o trabalho de oito alunas do curso de Fotografia Básica da escola curitibana Port-
Continua depois da publicidade
fólio. Mais de 40 fotos de paisagens e cenários da região foram “plantadas” no gramado do parque. Quem quisesse podia levá-las para casa.
– Em vez de deixar a exposição em um lugar fechado, que teria pouca visibilidade, decidimos colocá-la em um espaço aberto. Plantamos as fotos de manhã e no início da tarde não restava mais nada. Sempre que se oferece cultura para a população, ela atende – explica Zelinski .