Gravuras, fanzines, quadrinhos, lambe-lambes, panfletos, livros e postais produzidos de forma independente nunca estiveram tão em alta. Na onda de grandes eventos voltados a publicações underground e autorais, como a Feira Plana, de São Paulo, e a Pão de Forma, do Rio de Janeiro, os designers Camila Petersen e Thiago Bazinga Vieira colocam Florianópolis na rota das feiras de arte impressa com a primeira edição da Parque Gráfico. O evento ocorre de sexta a domingo, no Museu da Escola Catarinense, no Centro.
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Veja a programação completa da Parque Gráfico
Publicação de Artista: uma galeria de arte nas mãos
Serão 54 expositores, divididos entre a seção principal e a Parquinho, voltada para as publicações que mais se identificam com a faixa etária infantojuvenil. Os trabalhos foram selecionados com base em alguns critérios como tiragem limitada, fabricação artesanal e valor artístico.
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— Havia uma insegurança quanto à seção infantil, pois a produção independente surgiu como uma forma de contracultura, com publicações com um linguajar mais pesado e de impacto. Mas o mercado independente não está mais só na contracultura. Procuramos dar diversidade. Priorizamos Santa Catarina mas conseguimos atingir gente do Brasil inteiro — explica a dupla de designers.
Conheça alguns expositores de SC que valem ter seus trabalhos apreciados na Parque Gráfico
Entre os expositores da Parquinho está o Chouette, estúdio de design e ilustração de Florianópolis formado por Paula Albuquerque, designer gráfica, e Fabio Dudas, ilustrador. O casal levará pequenos impressos, quadrinhos para decorar o quarto e ambientes das crianças, ímãs, cartões, xilogravuras em pequenos formatos e o livro Um Príncipe Triste, escrito por Sig Schaitel, com projeto gráfico e ilustrações do estúdio.
Do zine xerocado ao livro de artista
Nos anos 80 e 90, os fanzines se popularizaram e eram utilizados na divulgação da produção artística de diferentes subculturas urbanas. Mais tarde, com a popularização da internet no Brasil, a facilidade da divulgação online minguou a produção e troca de material impresso. Foi só na segunda década do novo século que os zines se reencontram com o público apaixonado pelo papel, desta vez com um viés mais artístico.
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O selo Miríade, da editora catarinense Letras Contemporâneas, é um dos que apostam na relação entre literatura e artes visuais. Para a feira, prepara o lançamento da segunda edição de Um bicho Que, da concordiense Patrícia Galelli. Em 2015, todos os exemplares da publicação — impressos em serigrafia, numerados e costurados manualmente — esgotaram em uma semana. Desta vez, serão 60 exemplares da obra, que investiga alguns bichos e suas formas delineadas pelos sentimentos humanos.
Além da exposição dos trabalhos, o público poderá participar de oficinas, palestras e debates voltados não só para os interessados em conhecer e consumir, mas também em começar a produzir publicações independentes.
Agende-se
O quê: Parque Gráfico – Feira de Arte Impressa
Quando: de sexta-feira (13) a domingo (15). Na sexta, das 16h às 19h, no sábado e domingo, das 13h às 19h
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Onde: Museu da Escola Catarinense – MESC (Rua Saldanha Marinho, 196, Centro, Florianópolis)
Quanto: A entrada é gratuita. Alguns expositores aceitam cartão, mas a dica é levar dinheiro