A instalação de câmeras de monitoramento e a criação de aceiros (aberturas na vegetação) estão entre as ações previstas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) para integrar o plano de contingência do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça, na Grande Florianópolis. O objetivo é criar meios de prevenção para os incêndios que atingem a área.

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Em menos de 30 dias, dois incêndios de grandes proporções destruíram, juntos, mais de mil hectares do parque. O primeiro ocorreu nos dias 10 e 11 de setembro, quando a vegetação de pouco mais de 800 hectares da área foi devastada pelo fogo. O segundo caso foi nesta semana, entre a quarta-feira (02) e a quinta-feira (03) e consumiu aproximadamente 250 hectares.

Um dia antes do segundo incidente, a Defesa Civil de Santa Catarina havia promovido uma reunião em Florianópolis com representantes de algumas entidades, para discutir a elaboração do plano de contingência do parque, que tem mais de 84 mil hectares de área. A colocação de câmeras já havia sido decidida dentro do IMA, segundo o coordenador do parque, Carlos Cassini, e foi apresentada como uma das sugestões:

— As câmeras devem estar espalhadas pelo parque, mas dentro das possibilidades que temos. Também vamos abrir os aceiros para limitar o fogo, como orientação dos Bombeiros — explica.

De acordo com Cassini, esses “caminhos” são aberturas no meio da vegetação para isolar o fogo em uma área específica. Dessa forma, quando as chamas chegam até os pontos sem vegetação, não tem para onde alastrar e se apagam.

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— E também podem servir como um acesso às áreas mais distantes, para que consigamos realizar o combate — diz o coordenador.

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Imagens da área atingida pelo fogo nos dias 10 e 11 de setembro (Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental)

O monitoramento da área é outro fator importante para prevenção de incêndios e deve agregar o plano de contingência. A assídua fiscalização é, também, uma das atribuições da Polícia Militar Ambiental, segundo o tenente-coronel Ricardo Cordeiro Comelli:

— Proteger o meio ambiente e as unidades de preservação ambiental está previsto na legislação que nos rege. Para além do monitoramento, nos cabe encontrar os responsáveis pelo incêndio, quando a causa é humana e aplicar infração — esclarece.

Para evitar que incêndios sejam provocados pela população, o plano vai além da fiscalização e traça estratégias educativas, com envolvimento da comunidade. Segundo Cassini, se busca despertar um sentimento de pertencimento aos moradores das imediações, para que se mantenham em alerta e contribuam com os cuidados.

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— Há uma ideia errada de que o parque é responsabilidade nossa, mas na verdade, todos tem o dever de cuidar e preservar a área — conclui.

Procurada pela reportagem, a Defesa Civil informou, através da assessoria, que o plano de contingência está em construção e ainda não há mais informações sobre as estratégias e contribuições de cada entidade, porque “é um trabalho complexo e que iniciou agora”.

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