O Parque Natural Municipal da Ressacada foi criado por um decreto municipal em 1982. O texto prevê a proteção de um fragmento da Floresta Atlântica em ambiente urbanizado com a finalidade de proteger os recursos hídricos. Mas até hoje, 31 anos depois, ninguém sabe ainda onde começa ou termina e qual o tamanho da área correspondente ao parque. Por isso, nesta semana os analistas ambientais da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Itajaí (Famai) reiniciaram o mapeamento da área de morraria da Ressacada.

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Essa operação começou em agosto do ano passado, mas parou em dezembro e foi reiniciado na última quinta-feira. Segundo a superintendente da Famai, Rogéria Gregório, o objetivo é finalizar o trabalho até o fim do ano. Até o momento, já foram mapeadas 94 nascentes, o que, para a Famai, comprova que o local é um importante reservatório hídrico natural. Nos últimos dias, os analistas estiveram na morraria que fica nas proximidades da Praia Brava.

– Depois de mapear todas as nascentes, vamos iniciar o plano de manejo. Já orçamos o preço com algumas empresas que fazem esse serviço, que deve começar no ano que vem. Acredito que essa parte do trabalho deva demorar entre quatro e seis meses, no mínimo. Só depois disso é que o parque será delimitado – explica Rogéria.

A superintendente diz que o plano de manejo, entre outras coisas, vai apontar também quais os imóveis já construídos que estariam em áreas de preservação permanente e calcular a indenização para estes proprietários.

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– Essa é a nossa prioridade aqui na Famai, junto com a questão do parque do Canto do Morcego (na Praia Brava) e da Ilha das Capivaras (no Bairro Cidade Nova). Queremos regularizar todos esses locais – promete Rogéria.

A comunidade já se mobiliza há algum tempo pelo Parque Natural Municipal da Ressacada. Em 2011, um novo projeto chegou a ser apresentado na Câmara de Vereadores, mas foi rejeitado pela maioria. Na internet, há uma petição no site Avaaz (página conhecida por reunir abaixo-assinados de todo o país), que pede a delimitação e a implantação do parque. Até o fim da tarde de segunda-feira, 455 pessoas já haviam assinado o documento e o objetivo do grupo é chegar a 500.