O Parlamento líbio reconhecido pela comunidade internacional anunciou nesta terça-feira sua recusa às emendas reivindicadas pela instância rival instalada em Trípoli sobre um projeto de acordo para a formação de um governo de coalizão.
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“O Parlamento se mantém atrelado ao documento rubricado em 12 de julho em Skhirat por sua delegação e todas as partes, com exceção do Congresso” Geral Nacional (CGN, o Parlamento rival), destacou em um comunicado o Parlamento baseado em Tobruk, no leste do país.
Em 12 de julho, um acordo de paz e reconciliação, proposto pelo emissário da ONU para a Líbia, Bernadino Leon, foi assinado em Skhirat, no Marrocos, pelo Parlamento reconhecido pela comunidade internacional, mas foi rejeitado pelo CGN, que solicitou várias emendas.
Após novas negociações na semana passada, Leon anunciou no domingo que um consenso para a formação de um governo de unidade nacional enfim tinha sido encontrado. O CGN indicou, por sua vez, ter se entendido com a ONU a respeito das emendas.
As duas delegações deveriam realizar consultas na Líbia para o projeto de acordo com emendas e voltar ao Marrocos esta semana com a esperança de homologar o consenso, segundo Leon.
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“O Parlamento rejeita todas as emendas e todas as modificações propostas ao texto do acordo assinado” em 12 de julho, declarou o Legislativo em Tobruk.
A entidade destacou, além disso, ter chamado seus últimos representantes que ainda estão no Marrocos.
O CGN tinha exigido nove emendas para assinar o acordo de 12 de julho, sobretudo o respeito ao julgamento da Suprema Corte baseada em Trípoli, que invalidou a existência do Parlamento em Tobruk.
Mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, a Líbia está entregue a milícias e conta com dois poderes rivais, com um Parlamento baseado em sua capital, Trípoli, nas mãos de uma coalizão de milícias, a ‘Fajr Libya’, e outro em Tobruk (leste), o único reconhecido pela comunidade internacional.
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Leon disse esperar a assinatura do acordo até 20 de setembro, antes da Assembleia Geral da ONU.
* AFP