O Parlamento húngaro adotou nesta segunda-feira uma nova legislação que reforça os poderes da polícia e do exército contra os migrantes que transitam pelo país.

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A nova lei, adotada por uma maioria qualificada de dois terços, permite, em determinadas condições, o exército e a polícia abrir fogo no contexto da proteção das fronteiras e desde que os disparos não sejam mortais.

O exército igualmente está autorizado a proceder a controles de identidade e detenção de imigrantes.

O dispositivo, que complementa uma lei que entrou em vigor em 15 de setembro, também permite buscas nas residências suspeitas de abrigar migrantes.

Estas disposições serão aplicadas nas zonas onde foi declarado “estado de crise devido a uma migração em massa”, ou seja, em sei departamentos limítrofes da Sérvia, Croácia, Eslovênia e Áustria.

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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmou anteriormente que a Europa está “afundada” em migrantes, “um perigo”, segundo ele, para o continente e seu “modo de vida”.

“Eles nos afogam. Eles não batem à nossa porta, eles mergulham”, disse o líder populista no Parlamento, antes de votar a legislação ampliando ainda mais os poderes do exército e da polícia contra os migrantes.

“Nossas fronteiras estão em perigo. Nosso estilo de vida construído sobre o respeito pela lei. A Hungria e toda a Europa estão em perigo”, declarou Orban, dois dias antes de uma cúpula europeia para encontrar uma solução comum à crise de migração.

“Não podemos deixar entrar aqueles que nos oprimem”, ressaltou o primeiro-ministro, cujo país viu transitar 225.000 migrantes desde o início do ano.

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“A Europa não apenas abriu suas portas, ela lançou convites”, considerou Orban, um defensor da linha dura que já criticou a decisão alemã de relaxar as suas condições de acolhimento dos sírios.

* AFP