O velório da família catarinense que morreu após um vazamento de monóxido de carbono no Chile foi marcado na manhã desta terça-feira (4) por forte comoção. Dezenas de parentes e amigos se reuniram no ginásio de esportes da Univali em Biguaçu para orações e homenagens.

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Para o início da tarde está prevista apresentação dos alunos da Escola José Brasilício, de Biguaçu, onde os adolescentes estudaram. Deve se participar das homenagens ainda um coral e depois será realizado um culto ecumênico. Para as 16h, está prevista a partida em cortejo para o cemitério São Miguel, também em Biguaçu, onde será o sepultamento.

Até por volta das 11h, a enfermeira da prefeitura de Biguaçu Fabiana de Moraes havia recebido 10 pessoas no espaço de atenção à saúde instalado no ginásio.

– Todas estavam com pressão alta, relatando forte cefaléia, dor de cabeça. São sintomas comuns em momentos de muita dor e comoção como este – informou.

Vítimas

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Os corpos chegaram a Santa Catarina doze dias após a tragédia, na noite dessa segunda (2). Os seis catarinenses foram encontrados mortos no dia 22 de maio num apartamento alugado em Santiago por meio de uma plataforma digital.

As vítimas são Fabiano de Souza, 41 anos, a mulher dele, Débora Muniz Nascimento de Souza, 38, os dois filhos do casal, Karoliny Nascimento de Souza, 14 anos, e Felipe Nascimento de Souza, 13.

Também morreram no Chile, Jonathas Nascimento Kruger, 30 anos, irmão de Débora, e a mulher dele, Adriane Krueger. Ela era de Mato Grosso. Um dia antes, a mãe de Débora e Jonathas morreu vítima de câncer.

Comoção

Karoliny completaria 15 anos dois dias depois da tragédia. A viagem ao Chile era para comemorar o aniversário dela. Irene Siqueira foi professora da garota e do irmão, Felipe. Ela ainda não consegue acreditar no que aconteceu.

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– Muito difícil, ficamos muito tristes. Eles eram bons alunos, tiravam notas boas. Felipinho sempre sentava em frente. Não tem explicação. A aula foi dispensada nesta tarde e os colegas deles devem vir prestar homenagem – contou.

A polícia chilena investiga se houve negligência no atendimento à família brasileira. No dia 24 de maio os Carabineiros do Chile, que equivalem à Polícia Militar, declararam que o socorro à família demorou a chegar. Uma apuração interna vai investigar a conduta de um subtenente envolvido na ocorrência.

Solidariedade

No velório, com amigos de escola, Pedro Filho Silva estava bastante abalado com a tragédia. Ele era colega de sala de Karoliny.

– Não consigo acreditar. Tudo isso é muito triste. Karoliny era muito alegre, fofa, sempre vou lembrar dela assim – informou.

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Além dos parentes e amigos, muitas pessoas da comunidade foram ao velório para prestar solidariedade. O ex-governador Casildo Maldaner também foi ao local para dar apoio aos parentes das vítimas.

– Tudo isso (a tragédia) mexeu com o estado inteiro, com o Brasil. Eu até faço a comparação com o acidente aéreo com os jogadores da Chapecoense. A gente tá aqui em solidariedade, porque há um pranto geral – declarou.