Os parentes das seis vítimas de um vazamento de monóxido de carbono no Chile, no mês de maio deste ano, decidiram doar R$ 20.113,44 a uma instituição de caridade. O repasse do dinheiro deve ser formalizado na quarta-feira (19).
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O valor foi arrecadado em uma campanha feita pela internet e deveria ser usado para ajudar a pagar a viagem dos familiares, para reconhecer e liberar os corpos. No entanto, a empresa responsável pelo aluguel do apartamento onde os brasileiros morreram acabou pagando todos os custos.
De acordo com o advogado da família, Mirivaldo de Campos, a instituição que vai receber o dinheiro será a Casa de Apoio Vovó Gertrudes. A entidade atende crianças que sofrem de câncer e são pacientes do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. No local, elas recebem hospedagem durante o período de tratamento na Capital catarinense.
O incidente
O incidente que matou as seis vítimas brasileiras aconteceu em um apartamento em Santiago, capital do Chile, no dia 22 de maio. Todos eram da mesma família e cinco deles eram catarinenses. Eles tinham viajado ao país para comemorar o aniversário da adolescente Karoliny Nascimento de Souza, que completaria 15 anos de idade dois dias depois de morrer.
Além de Karoliny, também morreram os pais dela, Fabiano de Souza e Débora Muniz Nascimento de Souza, o irmão Felipe Nascimento de Souza e os tios Jonathas Nascimento Kruger e Adriane Krueger.
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O imóvel onde eles estavam hospedados foi alugado pela plataforma AirBnb. Conforme as investigações, o apartamento estava com a vistoria de segurança vencida.
Os laudos mostraram que eles foram vítimas da inalação de monóxido de carbono, um gás sem cheiro e que tóxico, que pode ser mortal em altas concentrações. Ele é produzido a partir da queima incompleta de combustíveis à base de carbono, como o gás natural e a gasolina.
A polícia chilena acredita que tenha acontecido uma falha no sistema de aquecimento do imóvel. O problema acabou causando o vazamento do gás pelo apartamento.
Os policiais chilenos também investigam uma possível negligência dos agentes que foram deslocados para atender o chamado de socorro dos brasileiros. Isso porque o resgate demorou tempo demais para chegar ao apartamento.
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Foram feitas ao menos duas chamadas para o atendimento, sendo que na primeira o policial que foi destacado disse não ter encontrado o endereço. Na segunda chamada, que foi feita pelo consulado brasileiro outro grupo foi enviado ao local. Quando os policiais chegaram, encontraram todos mortos.
Bens retidos
Campos afirmou ainda que os bens dos brasileiros mortos ficaram retidos no Chile, incluindo roupas e itens de uso pessoal. Ele afirmou que a investigação segue sob segredo e que, por isso, não recebeu novas informações sobre o andamento do caso.
O advogado ainda disse que a família está negociando com o AirBnB uma indenização pela morte dos brasileiros. Ele ressaltou que, até o momento, a empresa arcou com todas as despesas que foram necessárias.