O comitê interno responsável pela análise de indicados à alta administração da Petrobras deve se reunir na sexta-feira (24) para emitir um parecer sobre a indicação de Caio Paes de Andrade à presidência da companhia.
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Segundo a Petrobras, o pacote completo de informações sobre o executivo foi recebido nesta terça (21). A expectativa é que o parecer seja analisado pelo conselho de administração no início da próxima semana.
Caso o nome seja aprovado, Paes de Andrade assume a chefia da estatal antes da assembleia de acionistas que elegerá o novo conselho indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O processo de troca no comando foi acelerado pela renúncia de José Mauro Coelho nesta segunda (20).
Chamado de Comitê de Elegibilidade, o grupo responsável pela análise das indicações é formado por dois conselheiros da estatal, Francisco Petros e Luiz Henrique Caroli, e dois membros externos, Ana Silvia Matte e Tales Bronzatto.
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Para avaliar o nome de Paes de Andrade, receberá o reforço de outro representante dos minoritários, o conselheiro Marcelo Mesquita.
Conhecido como “background check de integridade”, o trabalho do Comitê de Elegibilidade processo inclui não só a avaliação do currículo, também investiga se os candidatos são alvo de processos, têm dívidas ou tiveram atuação em partidos políticos, por exemplo.
Esse processo foi instituído após a aprovação da Lei das Estatais, hoje alvo de críticas de aliados do governo, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com o objetivo de blindar a companhia contra ingerências políticas.
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Lira defende mudanças na lei por meio de uma medida provisória, que entraria em vigor imediatamente após a sua edição, facilitando trocas na diretoria da empresa.
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Houve questionamentos sobre a adequação de Paes de Andrade ao cargo, que não não teria a experiência exigida no setor de petróleo ou em empresas do porte da Petrobras, já que construiu sua carreira em uma aceleradora de startups.
Enquanto Paes de Andrade não é efetivado no cargo, a companhia vem sendo presidida pelo diretor de Exploração e Produção, Fernando Borges, empregado da Petrobras há 38 anos e nomeado à diretoria pelo general Joaquim Silva e Luna.
O governo deve enfrentar questionamentos também na avaliação da lista dos indicados ao conselho de administração, formada majoritariamente por ocupantes de cargos públicos, com o objetivo de ter um grupo mais alinhado a Bolsonaro.
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O caso mais polêmico é o de Jonathas Assunção, secretário-executivo da Casa Civil. A lei veda a nomeação de titular de cargo “de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública”.
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Número dois da pasta comandada pelo deputado federal Ciro Nogueira (PP), uma das lideranças do centrão, Assunção é o primeiro ocupante do Palácio do Planalto indicado para o conselho da Petrobras desde o governo Dilma Rousseff.
*Reportagem de Nicola Pamplona