Uma parceria entre o governo federal e a Federação Nacional das Escolas Particulares busca levar às cantinas de colégios privados em todo o país orientações para uma alimentação mais saudável dos alunos. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o acordo deve beneficiar mais de 6,7 milhões de estudantes do Ensino Médio e Fundamental. A partir desta quarta-feira, as escolas vão receber uma espécie de manual, denominado Cantinas Escolares Saudáveis, promovendo a alimentação saudável.
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– Uma parte dos hábitos alimentares é construída na família, em casa, mas uma parte desses hábitos é construída dentro da escola. Combinar essas duas ações, esses dois espaços, é decisivo para reduzirmos a obesidade e o excesso de peso entre crianças e adolescentes – disse o ministro.
Dados da pasta indicam que 30% das crianças com idade entre 5 e 9 anos, por exemplo, estão acima do peso. Entre os adolescentes, o índice chega a 21%. Desenvolver hábitos alimentares saudáveis nessas faixas etárias, segundo Padilha, é uma medida importante na tentativa de prevenir uma geração futura de adultos obesos.
A presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios, informou que 40 mil instituições privadas de ensino devem participar da parceria. A expectativa é que pelo menos a metade delas inicie as ações nos próximos meses.
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– É muito inteligente começar essa prevenção contra a obesidade pelos mais jovens. Eles estão na escola para aprender – disse.
E acrescentou:
– Se a criança incorpora uma alimentação saudável no seu dia a dia, isso vai acompanhá-la até a fase adulta e onde ela estiver – shoppings, estádios, festas.
Ela lembrou que uma alimentação ruim oferecida pela escola pode ter reflexos no aprendizado dos estudantes, devido ao cansaço, à falta de estímulo em razão de uma digestão lenta, e a uma disposição menor para participar das atividades.
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Para Amábile, será preciso implementar também ações de reeducação voltadas para gestores e funcionários que trabalham com as cantinas escolares.
– A vertente do projeto não é punitiva nem restritiva, é educativa. É nisso que acreditamos – em criar um quadro de valores em que a criança possa fazer as suas opções.
Plano para reduzir a obesidade
O Ministério da Saúde lançou no ano passado um plano de enfrentamento de doenças crônicas, que elenca um conjunto de medidas para reduzir os fatores de risco -obesidade, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas – para estas enfermidades.
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Com execução até 2022, o plano tem como metas a redução da obesidade infantil aos mesmos patamares de 1988, ou seja, 8% entre os meninos e 5% entre as meninas, revertendo a curva atual. Já na faixa de 10 a 19 anos, o objetivo é diminuir as taxas de 5,9% para 3,2% entre os meninos e de 4% para 2,7% entre as meninas.