O casamento entre PT e PSB, parceiros históricos no cenário político nacional, está em crise – e, em alguns casos, já acabou até em divórcio.
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Divergências de interesse e disputas por espaço levaram as siglas a rompimentos traumáticos em grandes cidades, como Recife, Fortaleza e Belo Horizonte. No Rio Grande do Sul, a cisão se manifesta em duas frentes: na briga pela prefeitura de Porto Alegre e nos bastidores do Piratini.
Em âmbito nacional, o distanciamento é visível. Nas eleições de 2008, o PSB apoiou o PT em 10 capitais. Hoje, são cinco. Os socialistas só se coligaram com os petistas em São Paulo por conta de um pedido pessoal do ex-presidente Lula. Em outros Estados, não houve quem conseguisse apaziguar os ânimos, a ponto de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, ter sido chamado de traidor. Muitos petistas desconfiam de que Campos estaria pavimentando a candidatura ao Planalto, ameaçando a hegemonia do PT.
No caso de Porto Alegre, o presidente estadual do PSB, Caleb de Oliveira, nega a existência de conflitos, mas reconhece que “o PT é um parceiro difícil” por sempre exigir a cabeça de chapa nas coligações. Na Capital, os petistas lançaram a candidatura de Adão Villaverde, mas não conseguiram o apoio do PSB, que ficou do lado de Manuela D’Ávila (PC do B). Para uma ala do PSB, o partido vem sendo desvalorizado no Piratini e deve repensar os rumos. Atualmente, exceto pela cadeira de vice-governador, ocupada por Beto Grill, o PSB tem o controle de apenas uma secretaria – de Infraestrutura e Logística, comandada por Beto Albuquerque. O secretário, porém, enfrenta resistências internas.
– Estamos sendo desrespeitados. Já tem gente defendendo aliança com a senadora Ana Amélia Lemos em 2014 – avalia um integrante da base aliada.
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Nos 10 maiores colégios eleitorais do Estado, PT e PSB são adversários em seis – em 2008, eram cinco. O clima promete esquentar em municípios da Região Metropolitana, como Gravataí, Cachoeirinha e Viamão.
– Vai ser complicado. O PT preferiu fazer oposição, e as relações não estão nada boas – admite o deputado estadual Miki Breier (PSB).