O experiente paraquedista e atleta radical Felix Baumgartner teve de suspender hoje o salto que daria para ser o mais alto e veloz da história. A operação foi atrasada por cinco horas pela falta de condições climáticas ideais. Houve, também, problemas em um dos dois sistemas de comunicação via rádio.

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O balão que conduziria a cápsula foi inflado, mas ventos fortes prejudicaram seu lançamento, de acordo com os organizadores. A decepção da equipe de apoio em terra e de Felix, posicionado com uma roupa especial, semelhante a de um astronauta, era visível. A transmissão ao vivo em vídeo do evento foi visualizada por mais de um milhão de pessoas.

O paraquedista seria o primeiro a romper a barreira do som com um salto em uma cápsula a 37 mil metros de altitude sobre Roswell, Novo México, nos Estados Unidos. O objetivo do militar de origem austríaca era romper a marca de Joe Kittinger, que em 1960 saltou de uma gôndola aberta a uma altura de 31 mil metros.

Dublê de filmes de ação, Baumgartner se prepara para o salto há cinco anos. Treinou na área do deserto do Novo México a 24 mil metros em março e 28 mil metros em julho. A aventura é extremamente arriscada. Entre as consequências pode ser o aquecimento do sangue ou o rompimento dos pulmões. A ciência não sabe exatamente o que pode ocorrer com o corpo humano nessas condições.

O chefe da equipe médica de Baumgartner é Jonathan Clark, ex-cirurgião da Nasa, a agência espacial americana. A mulher de Clark, Laurel, morreu no acidente com o ônibus espacial Columbia, em 2003. Ele estuda formas de melhorar as possibilidades de sobrevivência de astronautas em caso de desastres.

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Felix “sem medo”, como é conhecido, já saltou do edifício mais alto do planeta, o arranha-céu Taipei 101 (Taiwan), de 509 m de altura, e de outros emblemáticos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Ele também foi o primeiro a atravessar o canal da Mancha em queda livre, desde Dover (Grã-Bretanha) até Calais (França), e se jogou da maior construção da América Latina, La Torre Mayor, no México.