No dia em que a greve dos servidores da saúde no Estado completou 36 dias, na quarta-feira, além de o atendimento nos hospitais continuar afetado, usuários de outras áreas também foram prejudicados.

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Em apoio aos grevistas, trabalhadores do transporte coletivo na Grande Florianópolis paralisaram por duas horas, sem aviso prévio, o que pegou o público de surpresa.

Bancários de algumas agências públicas também aderiram ao movimento e interromperam os serviços temporariamente.

Com um calor de 30ºC

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A decisão pela paralisação dos ônibus foi do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo da Grande Florianópolis (Sintraturb). Passava pouco mais das 10h. A temperatura estava na casa dos 30ºC, quando o Ticen começou a acumular pessoas nas catracas e plataformas. Nenhum ônibus saiu ou entrou até o meio-dia, gerando insatisfação nos usuários do serviço.

Depois de sair do trabalho, o vigilante Alexandro de Oliveira, 33 anos, foi para o Centro fazer uma matrícula para o filho. Na hora em que pensou em retornar para casa, teve de esperar até o meio-dia para pegar o ônibus.

– Eu fiquei preso aqui no Centro, sem poder voltar para casa. Até quando esta situação? – questionou Alexandro, em meio a vários manifestantes que tomaram a faixa de pedestres da Avenida Paulo Fontes, causando também fila no trânsito em direção ao terminal velho.

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Passageiros não entenderam nada

A paralisação dos trabalhadores do transporte coletivo na Grande Florianóoplis também provocou dúvidas entre os usuários.

Nesta quarta, a dona de casa Mafalda Noronha de Souza, 56 anos, tentava entender a relação entre a saúde e o transporte.

– Para a saúde, para o ônibus… falta parar mais o quê? – questionou Mafalda. Enquanto isso, na entrada da Plataforma B, também no Ticen, o trabalhador da construção civil Valdenir Dunker esperava pela solução, havia mais de uma hora, com dores na perna. Queria voltar para casa e se recuperar para retornar ao trabalho.

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– Vira e mexe eles param, e a gente tem que pagar a conta – reclamou.

Do outro lado da grade, alguns motoristas e cobradores se diziam surpresos com a paralisação, enquanto que várias pessoas se sentaram no chão da plataforma.

Uma longa espera

Octávio Veiga, 76 anos, e Maria Veiga, 72, saíram de casa às 6h30min, no Morro das Pedras, para pegar três ônibus até o consultório médico, no Centro da Capital. Octávio tem problemas cardíacos e precisa da companhia da esposa para sair de casa.

Na hora de voltar para casa, às 10h, tiveram de esperar por duas horas.

– Para sair foi um aperto só. Os ônibus lotados. É perigoso de se machucar. Somos idosos – reclamou Maria, que considerou a paralisação um desrespeito.

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